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Faculdade de Direito do Recife fortalecida

Entidade vai atrair ex-alunos e ex-professores num esforço para captar recursos suplementares no objetivo de investir na instituição de 190 anos

Publicado: 11/05/2017 às 15:55

O diretor Francisco Cavalcanti (D) e o vice Ivanildo Oliveira Filho comandam iniciativa. Foto: Roberto Ramos/DP/O diretor Francisco Cavalcanti (D) e o vice Ivanildo Oliveira Filho comandam iniciativa. Foto: Roberto Ramos/DP

O diretor Francisco Cavalcanti (D) e o vice Ivanildo Oliveira Filho comandam iniciativa. Foto: Roberto Ramos/DP/O diretor Francisco Cavalcanti (D) e o vice Ivanildo Oliveira Filho comandam iniciativa. Foto: Roberto Ramos/DP

Uma cerimônia reunindo representantes do mundo jurídico pernambucano marcou, nessa quarta-feira à noite, o lançamento da proposta de estatuto de criação do Instituto Tobias Barreto de Apoio à Faculdade de Direito do Recife (Instituto Tobias). Entidade sem fins lucrativos, o instituto busca agregar ex-estudantes, ex-professores e admiradores aos atuais quadros da instituição num esforço para captar recursos suplementares para investimento na faculdade, que é referência nacional como mantenedora de um dos mais antigos cursos de direito do país. A graduação foi criada em 11 de agosto de 1827 por decreto imperial, juntamente com a Faculdade de Direito de São Paulo. A meta é lançar o instituto em 11 de agosto, na celebração dos 190 anos da Faculdade de Direito do Recife.

A proposta do estatuto foi apresentada na Sala Castro Alves - Espaço Memória, da própria Faculdade de Direito do Recife, na Praça Adolfo Cirne, no bairro da Boa Vista. Participaram da cerimônia o diretor da instituição de ensino, Francisco Queiroz Bezerra Cavalcanti, 62 anos, o vice-diretor, Ivanildo de Figueiredo Andrade de Oliveira Filho, 61, além da presidente do Diretório Acadêmico (DA), Alice Cysneiros, 20; representantes do corpo de professores, como a professora Juliana Teixeira Esteves, 42; e advogados formados na faculdade.

Segundo Francisco Queiroz Cavalcanti, desde a campanha de eleição para a diretoria da Faculdade de Direito do Recife, em 2015, se trabalhava com a perspectiva de criar uma entidade como inúmeras outras instituições fizeram para captar recursos para investimento. “Não dá para ficar dependendo somente de verbas públicas”, disse, citando como exemplos bem-sucedidos os casos da Universidade de São Paulo (USP), e, num caso mais próximo do Nordeste, o da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia.

“Vivemos momentos de muita dificuldade”, lembrou Francisco Queiroz Cavalcanti, destacando que embora a faculdade seja citada como “eterna mãe” da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) era tratada como “mãe que foi jogada num asilo”. Ainda segundo relatou, foram vividos momentos em que o descaso chegou a tal ponto que houve queixa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) contra a má conservação do prédio, como também quem falasse em desvinculação da UFPE.

Professor de direito empresarial, o vice-diretor Ivanildo de Figueiredo destacou que as primeiras ideias para criação de entidades de apoio surgiram na própria Faculdade de Direito do Recife a partir dos ex-diretores Sílvio Loreto (1985) e José Luiz Delgado (1990). Presente à reunião, José Luiz Delgado, 70, salientou que a ideia original foi de Sílvio Loreto, que promoveu também uma grande reforma para evitar que o prédio fosse transformado num museu. “Integrar toda essa gente que já passou pela faculdade, a essência do projeto, é algo que só pode ser aplaudido”, disse.

“É importante a participação de estudantes e não apenas dos ex-alunos”, afirmou a professora Juliana Teixeira Esteves. “É importante a participação (de estudantes) no estatuto e nas decisões do uso dos recursos”, disse a presidente do DA, Alice Cysneiros. Ivanildo Figueiredo assumiu a tarefa de pesquisar as entidades semelhantes para compor a proposta que foi apresentada ontem à noite. Para ele, os melhores exemplos nacionais são as entidades Arcadas (Associação Antigos Alunos Faculdade de Direito da USP) e o Fundo Patrimonial Amigos da Poli (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).
 
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