Local Diario urbano: mais de dois mil homicídios registrados evidenciam o quanto se naturalizou a violência

Por: Jailson da Paz

Publicado em: 16/05/2017 08:30 Atualizado em:

Os 2.037 homicídios registrados em Pernambuco, de janeiro a abril deste ano, evidenciam o quanto se naturalizou a violência. Sem isso, o número de mortes não teria alcançado tal dimensão. Por regra, ao estado cabe a parcela mais significativa da responsabilidade pelo que está aí. Mas não só a ele deve ser atribuído o combate às causas das mortes. Prevenir é algo que requer a interferência do estado, com definições de políticas públicas e investimentos efetivos, e também da sociedade em geral, desde a criação de oportunidades de emprego e renda ao tratamento sem preconceito aos mais pobres. Ou nos damos conta disso, para se cobrar ações e participar delas se preciso, ou estaremos sujeitos a uma lógica parecida a que trata Brecht no poema Intertexto. Cada vida precisa ser preservada. Tanto a do homem e da mulher que sai para trabalhar quanto a do garoto de rua que furta bolsas e celulares. Se desprezarmos essa por ser realidade fora das nossas casas e das nossas famílias, corremos o risco, como alerta Brecht, de vermos a violência se aproximar cada vez mais de nós.

Cortina seca
Ramos secos formam uma "cortina" na cerca de arame de um imóvel da Rua Antônio Falcão, em Boa Viagem, entre a Rua Navegantes e a Avenida Conselheiro Aguiar. A "cortina" mede cerca de cinco metros de comprimento por um de largura, sendo combustível em potencial para princípios de incêndio, o que é temido por moradores da área. O imóvel está fechado.

Perigo dos pinos
Os usuários de ônibus andam atentos às publicidades das paradas da Avenida Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem e no Pina. Não ao conteúdo, mas aos pinos de sustentação dos painéis. Ao se reduzir os tamanhos dos painéis, está se deixando os pinos metálicos descobertos. Esses, de aço, são potenciais riscos de acidentes, como se vê nas paradas de ônibus 010107 e 010108.

 

Morte na praça
Da maior árvore da Praça Joaquim Nabuco, em Santo Antônio, restam galhos secos. Frequentadores e comerciantes do lugar tinham esperança de que as chuvas reanimassem a planta. Nada mudou, contudo. O único verde a crescer depois das chuvas recentes foram as espécies parasitas. E o desfecho esperado para a árvore, à frente do antigo Cine Moderno, é o do corte.

Esperança ao lado
A poucos metros da árvore seca da Praça Joaquim Nabuco, em Santo Antônio, crescem quinze mudas. Apenas uma fica na calçada, enquanto as demais ficam no canteiro mais próximo da Ponte da Boa Vista. A preocupação de quem vive por lá é se as mudas vão resistir aos vândalos. Nenhuma estava protegida por grades até ontem, sendo comum se deparar com pessoas andando nos canteiros.

Senhoras das calçadas
Calçadas deveriam ser lugar para os pedestres, certo? Os números atualizados do Bairro Legal, operação desenvolvida pela Prefeitura do Recife, indicam que nem sempre. Desde 2013, mais de 1,1 mil carcaças foram recolhidas de vias da cidade. Considerando cada carro com 3 metros de comprimento, a quantidade recolhida equivaleria a uma fila de cerca de 3,5 quilômetros de extensão.

Propaganda irregular
Sinais de que a cidade é tomada por propagandas irregulares estão por todos os bairros do Recife. São faixas e banners pregados em postes, árvores e muros. Nos últimos quatro anos, equipes da Emlurb e da Secretaria de Controle Urbano apreenderam 83 mil peças. E nessa conta não entrou os cartazes de espetáculos, geralmente colados em muros e postes.

  



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