Religião A Ponte para um mundo melhor Igreja presbliteriana, criada em 2014, no Recife, oferece culto mais atenado com a realidade atual, além de envolver seus fiéis com ações voluntárias

Por: Ana Paula Neiva - Diário de Pernambuco

Publicado em: 28/05/2017 08:30 Atualizado em: 26/05/2017 10:36

Cultos costumam lotar o galpão no Cais do Apolo. Foto: A Ponte/Divulgação
Cultos costumam lotar o galpão no Cais do Apolo. Foto: A Ponte/Divulgação

De um sonho de poucos amigos, nasceu há três anos a Igreja Presbliteriana A Ponte. A ideia preliminar surgiu em 2011, após a Conferência Oxigênio, evento que forma novas lideranças cristãs no país. Na época, um grupo de 14 colegas se reuniu num restaurante da cidade para discutir a criação de uma nova igreja. Uma instituição de cara nova que trouxesse mais debate para a socidade, uma vez que a maioria das entidades religiosas evangélicas se distanciavam cada vez mais da questão. Foi assim que surgiu A Ponte. Das primeiras reuniões realizadas, em 2014, num pequeno estúdio fotográfico emprestado, com apenas 30 pessoas, hoje, a igreja está instalada num galpão no Cais do Apolo, no Bairro do Recife, com capacidade para receber até 800 fiéis.

Mas para chegar até aqui não foi fácil. Colocar em prática o sonho do pequeno grupo de amigos foi um trabalho de formiguinha. Assim, no dia 2 de novembro de 2014 foi realizado o primeiro culto no estúdio fotográfico, também localizado no Bairro do Recife. No ínicio, os cultos ocorriam apenas uma vez aos domingos. Aos poucos, com a grande procura pelas pregações, o número de fiéis também cresceu. O espaço, dessa forma, se tornava cada vez mais apertado. Enquanto isso, ao mesmo tempo, a colaboração das pessoas ganhava um fôlego maior.

“No início de 2015, o grupo começou a procurar um lugar mais amplo que acomodasse melhor os fiéis e pudesse ser ampliado seus trabalhos sociais”, lembra o pastor Guilherme Franco, líder da A Ponte. Por acaso, passando pelo Cais do Apolo, membros da igreja avistaram uma placa de aluga-se no número 738, justamente num galpão fechado. “Quando entramos pela primeira vez, ficamos impressionados com o tamanho do lugar. Achamos que não teríamos condições financeiras para arcar com o aluguel, tão pouco fazer reformas necessárias para começar a funcionar. Chegamos a pensar em desistir, mas a com a ajuda de todos amigos, conseguimos dinheiro suficiente para bancar as obras e pagar o aluguel inicial”, recorda o pastor, que é natural do Mato Grosso e veio morar no Recife desde os nove anos. A religião na vida de Guilherme Franco sempre esteve presente. Seu pai também é pastor da presbliteriana. “Foi a minha maior influência”, admite.

 

Pastor Guilherme Franco realiza uma pregação sempre discutindo temas atuais, o que chama a atenção dos fiéis. Foto: A Ponte/Divulgação
Pastor Guilherme Franco realiza uma pregação sempre discutindo temas atuais, o que chama a atenção dos fiéis. Foto: A Ponte/Divulgação

Somente em 31 de maio de 2015, o sonho de Guilherme e seus amigos se concretizou, quando A Ponte ganhou definitivamente seu novo endereço no Cais do Apolo. Num ambiente maior, a instituição teve condições de realizar novos trabalhos, ampliando principalmente as ações sociais. Novas equipes foram criadas e, sistematicamente, se reúnem todos os domingos. Agora, em três horários, às 10h, 17h e 19h. Com arquitetura reciclável, a igreja conta com um lounge próprio de convivência e uma área mais ampla onde ocorrem as celebrações, sempre lotadas. Em média, aos domingos, a igreja recebe 1,3 mil pessoas, divididas nas três celebrações.  

A igreja também dispõe de local para recreação das crianças, enquanto os pais participam das celebrações, o ministério da A Pontezinha. Os sacramentos acontecem da mesma forma como nas igrejas protestantes cristã. O batismo é por aspersão, derrama-se água na cabeça da pessoa e o casamento é realizado pelo pastor. No lugar do altar, há um palco. Uma bateria completa e outros instrumentos musicais animam os cultos com um rock gospel. Nas pregações, o pastor muitas vezes faz análise usando composições famosas de música popular brasileira para fazer os fiéis refletirem sobre os dias atuais. O que acaba deixa o sermão mais leve e agradável.

 

Igreja mantém projeto social com crianças da comunidade do Pilar.  Foto: Peu Ricardo/ DP
Igreja mantém projeto social com crianças da comunidade do Pilar. Foto: Peu Ricardo/ DP

Igreja desenvolve mais de dez projetos sociais na Comunidade do Pilar


Assim que ocuparam o galpão no Bairro do Recife, os membros da A Ponte sentiram a necessidade de ampliar também as ações sociais realizadas pela igreja. Então olharam ao seu redor e viram que a comunidade do Pilar precisava de ajuda. Com o segundo pior Índice de Desenvolvimento Humano da cidade, a comunidade pedia socorro. A maioria sem moradia adequada, necessitava urgente de melhorias. Desde 2015, a igreja desenvolveu projetos com objetivo de oferecer melhor qualidade de vida aos vizinhos. Entre os projetos estão o programa de alfabetização de jovens e adultos, curso de elétrica básica, escola de jiu jitsu e de música.

A ideia de se instalar na Ilha do Recife foi justamente para preencher a ausência de uma igreja evangélica no bairro. “A gente vinha da Igreja Presbliteriana de Candeias e querímos atuar numa área onde pudéssemos participar também de sua transformação”, comentou Franco. Atualmente, já são mais de dez projetos sociais em andamento. Durante a semana, o galpão onde fica o templo abriga as atividades de trabalho. “Temos um projeto que estimula a leitura para as crianças da comunidade, que funciona todos os dias. Alguns dos projetos, são realizados por voluntários, mas alguns contratamos profissionais para dar as aulas”, explica o pastor Guilherme Franco.

A igreja também costuma aproveitar a mão de obra da própria comunidade. “Quando formamos a turma em técnico em eletrônica, por exemplo, depois chamamos os formados para fazer trabalhos na própria igreja. Além disso, fazemos o encaminhamento para outras oportunidades de trabalho”, informa. Alguns desses projetos recebem o apoio de instituições financeiras.

A cada dois meses, A Ponte realiza o Dia do Pilar, onde a comunidade recebe atendimento diretamente dentro do templo. “Nessa ocasião, fechamos a rua do Brum, que fica atrás do galpão, e montamos uma estrutura de recreação para as crianças enquanto os pais são atendidos”, falou. Enquanto isso, o núcleo de saúde também vai até a comunidade para orientar a população com cuidados contra o mosquito da dengue e outras doenças.

SAIBA MAIS

Igreja A Ponte

Avenida Cais do Apolo, 738, Bairro do Recife
Telefone: 3097.7275
Cultos: aos domingos 10h, 17h e 19h
1,3 mil participantes nas três cerimônias
500 fiéis
Fundada em 2 de novembro de 2014
Guilherme Franco é o pastor líder



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