Por: Adaíra Sene
Publicado em: 27/04/2017 20:48 Atualizado em: 27/04/2017 22:02
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| Crimes foram cometidos dentro da casa da família, na Rua Bonfim, e sido presenciados pela filha mais velha do casal, de 12 anos. Foto: Reprodução/Google Street View |
A mãe do menino de três anos que teve parte do órgão genital dilacerada em uma mordida do pai, na manhã desta quinta-feira, vai responder em liberdade por ter matado o marido. O caso devastou os moradores de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife. O homem foi morto a facadas pela mãe, que está grávida, após dizer inúmeras vezes que ia estuprar e matar a criança dentro da casa da família. Ao vê-lo mordendo o menino, a mulher golpeou até que ele soltasse o garoto. Depois de salvar o filho, ela chamou a polícia e confessou o crime. O caso está sendo investigado pela delegada Genezil Coelho. O pequeno foi submetido a cirurgia e perdeu um dos testículos.
Com a ajuda do 11º Batalhão da Polícia Militar, a mãe levou o filho para UPA de Nova Descoberta e, em seguida, para o Hospital da Restauração. Na unidade de saúde, o menino passou por cirurgia e perdeu o testículo que havia sido esfacelado. Após o procedimento, ele foi encaminhado para sala de recuperação, onde está em observação e fará novos exames. O garoto está sendo acompanhado pela equipe da pediatria e manteve o pênis.
Depois de socorrer o filho, a mãe foi encaminhada para a Central de Flagrantes. Ela prestou depoimento e foi liberada, deverá responder pelo homicídio em liberdade. "O pai teria dito algumas vezes que ia estuprar e matar o menino. A mãe, quando viu, pegou a faca para tentar fazer com que ele soltasse a criança, mas ele só soltou quando já estava sem forças. Foi quando ela conseguiu correr e pediu para que chamassem a polícia porque ela tinha matado o marido", detalhou a delegada Genezil Coelho. O crime aconteceu na frente da filha do casal, uma menina de 12 anos. "Por ela, com o filho sangrando nos braços, ter chamado a polícia e ter aguardado os policiais admitindo o que tinha feito, não há como lavrar um flagrante", explicou Genezil Coelho. Sobre uma possível punição à mãe devido ao assassinato, a delegada informou que a decisão caberá à Justiça. "Ela estava defendendo o filho. No meu entender, seria o cúmulo do absurdo", disparou.
O casal estava junto há cinco anos. O relacionamento foi reatado há um ano e, desde o retorno, não havia acontecido agressões, embora a mulher já tivesse prestado queixa contra ele outras vezes por violência doméstica na Delegacia da Mulher e também no Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA). Segundo a família, o homem não estava sob efeito de drogas, mas apresentava um comportamento alterado desde a quarta-feira e repetia coisas como "o satanás mandou matar o menino". Também não há informações sobre problemas psiquiátricos anteriores.
