Polícia
Quadrilha que clonava cartões é desarticulada em Boa Viagem
Estelionatários aplicavam golpes principalmente contra idosos
Publicado em: 24/03/2017 18:52 Atualizado em: 24/03/2017 19:31
Material apreendido pela polícia com os estelionatários. Foto: Anamaria Nascimento/DP. |
Os suspeitos falsificavam cartões de crédito de vítimas abordadas por telefone. Nas ligações, um dos integrantes do grupo criminoso dizia que o cartão da pessoa havia sido clonado e que ela precisava digitar, nas teclas do telefone, a senha bancária. Em seguida, a vítima era instruída a deixar com um motoqueiro o cartão quebrado junto a uma carta escrita manualmente informando que não reconhecia os débitos do cartão.
Outro integrante da quadrilha se deslocava até o endereço da vítima e recolhia o cartão. O chip, então, era clonado. A senha digitada pelo telefone era hackeada pelos criminosos por meio de um aplicativo que transforma os sons das teclas em números. Com o cartão clonado e a senha, os estelionatários se passavam pela vítima para fazer compras.
A polícia chegou até o grupo por meio de uma denúncia de uma aposentada de 83 anos. Ela fez uma denúncia informando que havia sido vítima do golpe e forneceu imagens da câmera de segurança do prédio onde mora que mostravam o motoqueiro que recolheu o cartão dela.Cerca de R$ 11 mil foram gastos pela quadrilha no cartão da idosa. O suspeito foi encontrado em um shopping de Boa Viagem usando documentos falsos e foi preso em flagrante. Por meio dele, a polícia chegou aos outros membros da quadrilha.
A célula do grupo funcionava em um flat de Boa Viagem. Lá, policiais da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto encontraram outros três membros do grupo além de computadores, gravador de chip, gravador de cartão, cartões clonados, máquinas de cartão além de maconha, cocaína e uma substância injetável. "Eles praticavam um crime de natureza perversa, pois, além de clonarem o cartão, faziam com que a vítima digitasse a senha, que era hackeada. Com isso, muitos bancos se negam a reembolsar o prejuízo da vítima, uma vez que ela informou os dados", disse o delegado João Gustavo Godoy.
Foram presos Lucas Tadeu Moreira, de 26 anos, natural da Paraíba; Andrews Renoir Ferreira, 34, pernambucano; Gilberto Rocga Soares, 30, de São Paulo; Erilson Barbosa, 21, de Pernambuco; Bruno dos Santos Silva, 27, paulista; Yago Affonso (conhecido como Picasso), 22, carioca; Samara Saraiva Neves, 22, de São Paulo, e Gilson Teodoro da Silva, 22, pernambucano, que usava o nome falso de Leonardo Jerônimo da Silva.
Andrews e Yago atuavam como hackers na quadrilha. Eles rasteavam ilegalmente dados de clientes de instituições bancárias para usá-los nas ligações às vítimas. No flat, foram encontrados computadores onde eles estavam criando uma página falsa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A polícia acredita que o próximo golpe da quadrilha seria contra os clientes do banco devido ao alto limite dos cartões de pessoas que recebem linhas de crédito do BNDES.
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