Valorização imobiliária Bairro do Prado chama atenção de quem busca novo endereço Numa região que é rodeada por bairros já consolidados no mercado imobiliário local, como Madalena e Torre, localidade possui a vantagem de ainda ser pouco adensada

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/02/2017 10:09 Atualizado em: 05/02/2017 17:47

Com uma área territorial de 127 hectares, o bairro possuía, no fim de 2015, 203 estabelecimentos comerciais: são restaurantes, mercadinhos, postos de combustíveis e oficinas automotivas (Ricardo Fernandes/DP)
Com uma área territorial de 127 hectares, o bairro possuía, no fim de 2015, 203 estabelecimentos comerciais: são restaurantes, mercadinhos, postos de combustíveis e oficinas automotivas

Cravado na Zona Oeste da capital pernambucana, o bairro do Prado ainda guarda características de um Recife de outrora, cada vez mais difícil de ver. Quem observa as ruas largas e tranquilas, com pouco movimento de veículos e uma grande presença de casas pode ter a sensação de estar numa região mais afastada dos grandes centros urbanos. O sentimento muda quando se percebe que o bairro é cortado por algumas das principais avenidas da cidade e possui uma ampla infraestrutura. Atrativos que têm chamado a atenção de quem está em busca da tão sonhada casa própria, fazendo com que a localidade venha se transformando na nova aposta do mercado imobiliário do Recife.

Estrategicamente localizado em uma região que é rodeada por bairros já consolidados no mercado local, como Madalena e Torre, o Prado possui a vantagem de ainda ser pouco adensado e é considerado uma rota natural da expansão imobiliária. “A cidade se expandiu para a Madalena e Torre nos últimos sete anos, e o Prado é uma extensão natural dessa tendência”, observou o professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco, André Magalhães. Ele ainda lembrou que as áreas contempladas na lei dos 12 bairros (criada em 2001 e que impulsionou o crescimento do Derby, Espinheiro, Graças, Aflitos, Jaqueira, Parnamirim, Santana, Casa Forte, Poço da Panela, Monteiro, Apipucos e parte da Tamarineira), já foram fortemente adensadas nos últimos anos.

O professor ainda analisou outros benefícios apresentados pelo Prado e que pesam a favor para que a região seja a bola da vez para o mercado. “É um bairro totalmente saneado, tem calçamento e energia elétrica, além de acesso fácil às avenidas Caxangá e Abdias de Carvalho, que são saídas importantes da cidade”, elencou, acrescentando que a pouca verticalização e a presença de casas com terrenos relativamente baratos, se comparados a outras regiões, também influenciam na escolha das construtoras.

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Com uma área territorial de 127 hectares, o bairro do Prado possuía, no fim de 2015, 203 estabelecimentos comerciais: são restaurantes, mercadinhos, postos de combustíveis e oficinas automotivas. A região também possui uma faculdade, instalada na Avenida Abdias de Carvalho, uma das principais vias de entrada e saída do Recife. O Baile Perfumado, tradicional casa de shows, assim como o Jockey Clube de Pernambuco, são as principais opções de lazer encontradas na região.

Coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário da Faculdade dos Guararapes, César Barros pontuou que o mercado imobiliário tem se expandido para regiões onde não há tantas restrições legais. “É o que acontece no Prado, onde pode verticalizar e investir. Não há dúvidas de que o bairro possui uma infraestrutura suficiente e já é uma região consolidada”, disse, acrescentando ainda que essa tendência ajuda a descentralizar a verticalização, hoje concentrada na região de Boa Viagem e Casa Forte. “O problema da verticalização, hoje, não é o edifício ser alto, mas sim a banalização dela”. O coordenador defendeu ainda que haja um maior protagonismo por parte do poder público no sentido de garantir que a ocupação da área seja feita de maneira planejada, respeitando aspectos ambientais, sociais, entre outros.

Um potencial a ser explorado e de grande poder de crescimento

O potencial do Prado é, inclusive, reconhecido pela própria Prefeitura do Recife. “Aquela região reúne vantagens locacionais e de infraestrutura urbana, que são dois elementos fundamentais para a procura (das construtoras e dos consumidores)”, afirmou o secretário de Planejamento Urbano, Antônio Alexandre. A prefeitura, segundo ele, tem a preocupação e o interesse em fazer com que a expansão tenha impacto direto na ampliação da oferta de comércio e serviços, melhorando ainda mais a infraestrutura já existente.

“Na área do Prado e Caxangá, você tem a reunião de características importantes. A primeira é a proximidade do Centro e o acesso aos principais polos de comércio e de serviço”, disse o secretário, lembrando que a região também está perto da segunda e terceira perimetrais (Estrada dos Remédios e Avenida San Martin, respectivamente). “Do ponto de vista da mobilidade, isso dá uma condição interessante, agregando ao benefício da localização”.

Levando em consideração a legislação urbanística do Recife, o Prado está em uma área conhecida como Zona de Ambiente Construída (ZAC) moderada. Conforme explicou o secretário, isso significa que a ocupação e o desenvolvimento da região são estimulados sem desrespeitar parâmetros de infraestrutura ou questões sociais e ambientais. “Em algumas áreas, existe uma legislação específica, que são as Zonas de Interesse Social (Zeis), que impõem certas restrições”. Em outras palavras, não é permitida a descaracterização da ocupação já existente em determinadas áreas do bairro. “Existe uma proteção para a manutenção do direito do uso do solo por aquela população que ali já vive”.

Nas outras áreas, a legislação permite uma intervenção maior, como a possibilidade de que a área total das construções seja até três vezes maior que a do terreno original, o que facilita a expansão do mercado imobiliário. “No entanto, 1/4 dos terrenos tem que preservar o solo natural”, observou o secretário. “O que observamos é que o mercado está identificando uma demanda e, diante disso, está direcionando os investimentos em expansão para aquela região”, acrescentou.

É o caso da construtora FV Lucena, juntamente com a Times Engenharia, que decidiu investir na região pelos atrativos oferecidos. “É um bairro em expansão, e quem passa a visitá-lo se interessa porque outras áreas do Recife já estão bastante adensadas”, explicou Fernando Lucena, diretor da empresa, afirmando ainda que boa parte da região é saneada. “Se você o olhar o mapa da cidade, vai ver que o Prado fica no epicentro do Recife, e a pessoa consegue estar nas principais vias da cidade em pouco tempo”, explicou, acrescentando que ainda existe muita área verde e muitas residências, evitando assim a presença de ilhas de calor. Localizado a poucos metros do Jockey Clube, o empreendimento da empresa é o Vilarreal, que possui apartamentos de 61,5 metros quadrados e será entregue em maio. Ainda segundo ele, a empresa já estuda a possibilidade de investir em um nova construção na área.

Moradores apontam tranquilidade como atrativo

Com 11,6 mil habitantes, o Prado é ideal para quem está em busca de tranquilidade. Devido à qualidade de vida oferecida, a região é bastante procurada por famílias que estão em busca de sossego e também por quem prioriza morar em um bairro bem localizado, próximo a supermercados, shopping centers e às principais avenidas do Recife. Os moradores que vivem na localidade elencaram a tranquilidade e o pouco trânsito como alguns dos principais benefícios.

“Em vista da violência que está na cidade, não tenho muito o que falar, não. Você não pode dar bobeira, claro, mas é um bairro tranquilo, não muito violento”, disse a dona de casa Socorro Pessoa, que vive com o marido, o irmão e uma filha, e escolheu o Prado para morar há 16 anos. Tanta tranquilidade faz com que ela nunca tenha pensado em se mudar.

Com relação ao trânsito, ela disse que engarrafamentos são difíceis na área. O pouco movimento, segundo ela, faz com que os moradores utilizem as ruas para fazer caminhada diariamente. “Quem preferir, pode correr na Avenida Beira Rio também, que é pertinho”.

A enfermeira Geivianni Cavalcanti chegou em 2013 à região, atraída sobretudo pela localização. “Eu trabalho em Vitória de Santo Antão, e a saída e a chegada (ao Recife) são bem tranquilas”, disse, referindo-se à proximidade de seu apartamento da Avenida Abdias de Carvalho, principal rota de saída para quem deseja seguir para o interior. “Antes, eu morava na Madalena e era muito complicado por conta do trânsito”, lembrou. Ela mora com o filho, Gael Cavalcanti, e com o marido. “Eu costumo brincar na calçada com meu filho. Me sinto muito segura aqui”. Para quem estiver pensando em se mudar para o bairro, Geivianni garante: “Eu aconselharia a vir. Para chegar e sair é tranquilo e não tem trânsito.”

“Aqui é calmo até demais”, brincou a bióloga Micheline Lins, que mora no bairro há 14 anos com o pai, a mãe e duas irmãs. Ainda segundo ela, pessoas que estejam buscando tranquilidade costumam gostar da região. “Quanto à localização, aqui também é ótimo, e o transporte urbano também é muito bom. Há várias opções de ônibus na Abdias e na Caxangá”, disse, acrescentando que a quantidade de prédios tem aumentado nos últimos anos. “Acho bom, porque dá mais movimento”.

Instalado há sete anos às margens do Jockey Clube, o restaurante Brasa Jockey é um dos atrativos do bairro. O local funciona todos os dias, das 11h às 23h30, e tem como carros-chefe a carne e o frango assados na brasa. “A maioria dos nossos clientes é do bairro ou da redondeza, o que acaba fidelizando”, disse Ricardo Pereira, proprietário do estabelecimento.

O bairro em números
  • 127 hectares é a área territorial
  • 11.694 mil é a quantidade de habitantes
  • 93,8% é o percentual de alfabetização da população acima dos 10 anos
  • 92,02 é a densidade demográfica (habitante/hectare)
  • 3.696 é a quantidade de domicílios
  • 3,2 é a média de moradores por domicílio
  • R$ 2.617,33 é o valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios
  • 24 é a quantidade linhas de ônibus que atendem o bairro
  • 1,9 quilômetroé a distância até a Faculdade de Ciências da Administração do estado (FCAP/UPE)
  • 3 quilômetros é a distância até a BR-232
  • 5 quilômetros é a distância até a Universidade de Pernambuco (UPE)
  • 5,2 quilômetros é a distância até o Centro do Recife
  • 5 quilômetros é a distância até o Marco Zero
  • 4 quilômetros é a distância até a BR-101
  • 5 quilômetros é a distância até a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • 8,5 quilômetros é a distância até o Aeroporto Internacional dos Guararapes


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