Campanha Apito contra assédio no carnaval do Recife Ambev distribui no Marco Zero nesta tarde de sábado cerca de 12 mil apitos e sete mil balões

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/02/2017 16:50 Atualizado em: 25/02/2017 18:45

Foto: Aline Moura/DP
Foto: Aline Moura/DP

Para chamar a atenção contra o assédio feminino, durante o carnaval, a Ambev distribui 12 mil apitos nesse sábado (25), no Bairro do Recife. A campanha usa a hashtag #ApitoDeRespeito e faz parte da publicidade da Skol. O material faz uma alusão à ideia de Lia Marques, Marina Gabos e Amanda Cursino. Ano passado, Lia Marques viu uma mulher sendo assediada no carnaval em São Luiz do Paraitinga, em São Paulo, e resolveu não se calar. Com a ajuda das amigas Marina Gabos e Amanda Cursino, sugeriram que outras mulheres utilizassem um apito para se proteger dos assédios.

Além dos apitos, estão sendo distribu[idos também no Recife sete mil balões. O colorido tem chamado inclusive a atenção das crianças, mas o foco é mesmo as mulheres.

Um total de 50 mil apitos e sete mil balões estão sendo distribuídos com o slogan O carnaval é redondo, mas respeite o meu quadrado. A campanha será feita também em de Florianópolis e Salvador, durante os dias de Momo.

Se o cara passar dos limites, use o apito. Se seu espaço foi invadido sem ser convidado, use o apito. Está se sentindo ameaçada, apite também.

Segundo o gerente e marketing da Skol, Felipe Santini, esta é mais do que uma distribuição de apitos. É uma ação de empoderento das mulheres no carnaval. "É uma mensagem de respeito. O carnaval é uma época de muitos excessos e a marca vive falando disso. Nossa campanha tem o slogan Carnaval é redondo, mas respeite o meu quadrado. A gente tem falado muito sobre isso, sobre o assédio e abuso contra as mulheres. Pedimos para as pessoas se respeitarem. Quanto mais elas se respeitarem, mais elas se divertem", disse.

Segundo a promotora Negra Ruth, a iniciativa é muito importante nesse momento que tantas mulheres estão sendo assediadas e assassinadas. Crédito: Aline Moura/DP (Aline Moura/DP)
Segundo a promotora Negra Ruth, a iniciativa é muito importante nesse momento que tantas mulheres estão sendo assediadas e assassinadas. Crédito: Aline Moura/DP

A promotora Ruth Alves, conhecida como Negra Ruth, 27 anos, disse que a ação é maravilhosa porque conscientiza não só as mulheres como os homens . "É uma iniciativa muito importante numa época em que tantas mulheres estão sendo assediadas e assassinadas", finalizou.

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Catadora de latinhas, Cineide Luzia do Espírito Santo, de 37 anos, acredita que a campanha é uma forma de proteger as mulheres. "Os homens gostam de bulinar as meninas, eu peço que deixem elas em paz. Moro na Rua Imperial há 12 anos e vejo algumas coisas na avenida que não gosto. A gente pode ser mais fraca para o homem, mas, para Deus, a gente é forte".

Segundo a enfermeira Madriara Feitosa, 37 anos, a iniciativa é válida porque as mulheres estão muito receosas em relação ao abuso e aos maus tratos. Ela aposta na tese de que, se uma apitar, outras mulheres vão repetir o gesto e constranger o agressor. "O apito reforça o direito ao respeito, em relação a tudo".

 

Ruth Marinho, 27 anos, acho a campanha útil e muito necessária porque "o desrespeito contra a mulher existe e ainda é muito forte". Crédito: Aline Moura/DP
Ruth Marinho, 27 anos, acho a campanha útil e muito necessária porque "o desrespeito contra a mulher existe e ainda é muito forte". Crédito: Aline Moura/DP

Com informações de Aline Moura



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