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Medo Rebelião na Colônia Penal Feminina após suspeita de surto de meningite Uma detenta de 22 anos morreu no domingo e outra grávida, de 21 anos, está internada desde segunda-feira

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 28/09/2016 12:03 Atualizado em: 28/09/2016 20:43

Um princípio de rebelião foi registrado, no final da manhã desta quarta-feira, na Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, no Recife. O motim teria sido motivado para exigir providências diante de um provável surto de meningite na unidade prisional. O clima ficou tenso no local. Muitas mães aguardam, aflitas, em frente ao prédio, onde foi possível escutar o som de disparos de balas de borracha.

No domingo passado, uma detenta de 22 anos morreu por meningite meningocócica. Outra presa, de 21 anos, que está grávida, estaria internada no Hospital Correia Picanço desde segunda-feira com alto grau de contágio. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco nesta terça-feira.

No início da tarde, o promotor de execuções penais, Marcellus Ugiette, visitou o local com a intenção de certificar se estariam sendo tomadas medidas sanitárias necessárias. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Pedro Eurico, deve se pronunciar sobre o caso ainda esta tarde.

De acordo com o presidente do sindicato, João Carvalho, a profilaxia adequada não está sendo feita. "O Estado esconde que a presa morrreu. E a outra foi internada com meningite bacteriana de alto contágio. Inclusive, a saúde não deu os remédios para os agentes penitenciários que fizeram a escolta e eles podem, assim, contagiar os familiares", disparou o sindicalista.

A primeira morte foi registrada após a detenta ter sido levada, no último domingo, ao Hospital Correia Picanço, na Tamarineira. Nessa segunda, a outra detenta foi encaminhada ao Hospital Barão de Lucena e, em seguida, transferida para o Correia Picanço.

"Depois da denúncia feita, a Secretaria de Saúde entregou para a Secretaria de Ressocialização 150 comprimidos de dosagem única de Cipro, mas o infectologista disse que a profilaxia deveria ter começado no domingo e com rifampicina. O Cipro, segundo ele, não é o indicado", destacou João Carvalho.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que o caso é de responsabilidade da Saúde do Recife, que, por sua vez, adiantou que estava acompanhando os casos e que tanto as companheiras de cela quanto os trabalhadores tomaram o medicamento adequado.



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