Vida Urbana
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Calçadas do Recife são verdadeiros obstáculos para pedestres
No Dia do Pedestre, comemorado nesta segunda-feira, o Diario foi às ruas e constatou que as calçadas de diversos pontos do Recife deixam muito a desejar
Publicado: 08/08/2016 às 19:15

Para surpresa de muitos há uma faixa de pedestre no Recife que os pedestres têm prioridade. Foto: Ketheryne Mariz/Esp DP./

Caminhar é um desafio para os pedestres recifenses. Buracos, árvores, ambulantes, falta de calçadas, pouca estrutura e falta de empatia dos motoristas são alguns dos problemas que só quem anda a pé entende.
No Dia do Pedestre, comemorado nesta segunda-feira, o Diario foi às ruas e constatou que as calçadas de diversos pontos da cidade deixam muito a desejar, no que se refere à mobilidade.
Do Centro da cidade até a Zona Norte o problema quase sempre se repetia, porém em alguns locais existiam agravamentos. Na Rua do Espinheiro, por exemplo, árvores no meio da calçada limitavam o espaço do pedestre, ainda mais as que eram pouco cuidadas e estavam com as raízes destruindo o asfalto.
Para a organizadora de ambientes, Maria Cristina, de 66 anos, a situação das calçadas se resume a uma frase: "Isso é uma atrocidade", disse. A organizadora comentou que "são raras as rampas, calçadas que favorecem deficiente visual ou de pessoas que passeiam com carrinhos de bebê", pontuou.

Quase sem espaço para calçada, a Rua Tamboara, no Alto Santa Terezinha, é um verdadeiro obstáculo para aqueles que querem se locomover sem correr riscos. Acostumada desde cedo a sentar na rua, de frente a sua casa, a estudante Edriane Cristine, 15, conta que para não ser atropelada ela se esquiva um pouco.
"Tenho um pouco de medo em sentar na rua, mas quando aparece um ônibus, desvio um pouco. Sempre tive o hábito de sentar na rua mesmo, mas claro que se estivesse um espaço maior na calçada, sentaria na calçada", falou a estudante.

Os ambulantes ainda são bastante culpabilizados quanto a falta de mobilidade nas calçadas. Na frente da Contax, na Rua Vinte e Quatro de Agosto, os comerciantes tomam uma das calçadas por completa. "Foi uma determinação da própria prefeitura. Minha nora tira toda a renda de casa daqui", disse o ambulante Carlos Alberto, 60.
Segundo o operador Bruno Rodrigues, o livre comércio não atrapalha. "Quase nem percebo que a calçada é toda deles. A gente tem outra calçada do outro lado da rua pra gente, tudo bem eles ficarem com uma", afirmou.
Contrapartida
Indo de encontro aos hábitos e costumes da grande parte dos recifenses, existe um lugar que mostra o quanto os preceitos de prioridade aos pedestres são respeitadas.

Entre o Shopping Plaza e o Hiper Bompreço, localizados em Casa Forte, existe uma faixa de pedestre, sem semáforo e sem nenhum orientador de trânsito. A grande surpresa é que, neste local, basta colocar o pé na faixa que os motoristas respeitam.
O vendedor de açaí Leodomiro Neto trabalha das 15h às 18h em frente a essa faixa de pedestre e mesmo observando todos os dias, ainda não consegue pensar o motivo de apenas neste lugar o pedestre se sobressai aos motoristas.
"Basta ficar parado e acenar com as mãos que respeitam. Vez ou outra, um motorista desatento e que não passa aqui sempre não entende como funciona a prioridade dessa área. Aqui é o único lugar do Recife que vejo isso acontecer, no sinal de trânsito, do outro lado da esquina isso já não funciona, mesmo com o semáforo", ressaltou o vendedor.
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