Por: Max Felipe - Especial para o Diario
Publicado em: 23/07/2016 11:38 Atualizado em: 23/07/2016 11:49
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| Espaço, em Boa Viagem, vai beneficiar 370 mães de crianças e adolescentes com doenças raras. Foto: João Veloso/ esp. DP |
Em dois meses, uma sala que funcionava como depósito de caixas e produtos, cheia de mofo e mosquitos, foi transformada em ambiente limpo, climatizado e decorado. Uma “tropa” de voluntários foi responsável pela transformação do depósito em uma sede para a Aliança de Mães e Famílias Raras (Amar). A inauguração do espaço de 60 metros quadrados acontece na manhã de hoje. A transformação só foi possível graças ao trabalho voluntário de 18 arquitetos pela ação Mais Vida, da ONG Novo Jeito. Todo o material de construção usado na reforma e o mobiliário foi doado por 31 empresas do Recife, Carpina e Maceió, em Alagoas.
O imóvel, cedido pelo governo do estado, funciona no Centro Esportivo Santos Dumont, em Boa Viagem, e vai beneficiar 370 mães de crianças e adolescentes com doenças raras. Quando o estado concedeu o espaço para o funcionamento da associação, as mães só conseguiam usá-lo como estoque devido às péssimas condições de manutenção. A Amar existe desde 2013, mas nunca teve uma sede. As reuniões e atendimento às mães aconteciam num espaço improvisado na quadra do centro esportivo. O setor jurídico fazia consultas debaixo das árvores do Santos Dumont. Agora, a associação conta com salas apropriadas para a realização de todas as atividades.
“Fizemos um espaço acolhedor e humanizado, mas nada seria possível sem as doações. Recebemos desde o cimento e as tintas até os aparelhos de ar-condicionado e os móveis”, pontuou a arquiteta Jaidete Ferreira. Além da Amar, outras três instituições do estado (Novo Rumo, Lar Rejane Marques e Instituto Arthur Vinícius) passaram por reformas pela ação Mais Vida.
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| Transformação foi possível graças ao trabalho voluntário de 18 arquitetos pela ação Mais Vida, da ONG Novo Jeito. Foto: João Veloso/ Esp. DP |
A sede passou a contar com uma recepção - com arte do grafiteiro voluntário Jeff -; uma sala de convivência - onde acontecerão cursos profisisonalizantes e palestras -; uma cozinha; um depósito; um corredor com trocador de fraldas e uma sala de reuniões, onde também acontecerão os atendimentos jurídicos.
“Esperamos por esse momento desde 2013. Em 70% dos casos, os pais de crianças raras deixam as mães criando-as sozinhas. Esse espaço é para acolhimento, orientação e profissionalização dessas mulheres”, ressaltou a presidente da Amar, Pollyana Dias.
A dona de casa Edilene Silva, 31, será uma das beneficiadas pelo novo espaço. Mãe de Agatha Silva, 8 anos, que tem paralisia cerebral, ela se sente acolhida por outras mulheres com situações semelhantes à sua. “Passei os últimos oito anos me sentindo muito sozinha. Há três meses, descobri a associação e ganhei uma família. A reforma é muito importante, pois, agora, poderemos cozinhar, ter um espaço adequado para conversar e trocar as fraldas dos nossos filhos”, disse.
Mãe de Maria Klara, de um ano e 10 meses, Rosana Mello, 27, também comemorou a mudança do local. “Minha filha tem microcefalia. Não sabia nada sobre o assunto até chegar aqui. Esse lugar é como uma segunda casa para todas nós”, afirmou.
