Interrogatório Polícia contou com ajuda de envolvido no crime para encontrar corpo da garota Adolescente estava desaparecida desde o dia 25 de maio. Delegado trabalha com hipóteses de crime sexual ou motivado por tráfico de drogas

Por: Ketheryne Mariz

Publicado em: 29/06/2016 22:10 Atualizado em: 29/06/2016 23:14

Uma tatuagem é a prova que a polícia tem de que o corpo encontrado é da adolescente. Foto: João Velozo/DP.
Uma tatuagem é a prova que a polícia tem de que o corpo encontrado é da adolescente. Foto: João Velozo/DP.

Com a ajuda de um dos envolvidos no crime, a polícia encontrou, nesta quarta-feira, as respostas para o desaparecimento de Dharma de Andrade Vilas Boas, adolescente de 14 anos desaparecida desde o dia 25 de maio. O corpo da garota foi enterrado em uma área de mangue, na comunidade Ponte Preta, em Olinda. Dos quatro suspeitos de envolvimento no crime, três são adolescentes e dois continuam foragidos. Todos eles moram na comunidade.


A polícia chegou ao corpo da garota graças ao depoimento de um dos suspeitos.  Na semana passada, ele foi preso por porte ilegal de armas. Durante o interrogatório, acabou contando a participação no assassinato da menina e indicando o paradeiros do comparsa Rodrigo Ferreira dos Santos, o único de maior do grupo.


Ao chegar à comunidade na manhã desta quarta, a polícia localizou e interrogou Rodrigo, que foi apreendido pelo crime de ocultação de cadáver. Os policiais iniciaram lá mesmo as buscas pelo corpo da adolescente que, segundo a mãe, estaria grávida de outro rapaz que não teria envolvimento com o caso. As buscas só foram concluídas no início da noite, com a participação de uma verdadeira força-tarefa: Instituto de Criminalística, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Instituto Médico Legal.

 

Cenário do crime

Uma tatuagem teria comprovado que o corpo encontrado era o da adolescente. O corpo de Dharma já estava em estado de decomposição - segundo a polícia, ela teria sido morta no mesmo dia em que desapareceu. O corpo estava enterrado a dois metros de profundidade e em cima da cova havia madeiras e galhos. A  menina tinha quatro perfurações pelo corpo, duas na cabeça, uma no pescoço e uma nas costas. A "cova" estava perto da entrada do mangue, próximo a um campo de futebol que, ao anoitecer, fica totalmente escuro. As vielas da comunidade são feitas de chão batido, delimitadas pela casas de madeira e suas muretas.

Segundo o delegado, a polícia está trabalhando com duas hipóteses: crime sexual ou motivado por tráfico de drogas. Foto: João Velozo.
Segundo o delegado, a polícia está trabalhando com duas hipóteses: crime sexual ou motivado por tráfico de drogas. Foto: João Velozo.

O delegado responsável pelo caso, Breno Varejão, trabalha com duas hipóteses: crime sexual - a menina teria sido estuprada antes de ser morta - e tráfico de drogas. "O principal suspeito queria manter um relacionamento com a garota, ele tem 16 anos e teria sido ele quem 'liderou' e atirou", disse o delegado. Varejão afirmou que "moradores chegaram a ouvir os disparos e gritos, algumas pessoas chegaram a ver o corpo sendo arrastado, mas todos tiveram medo de ir até a delegacia".
 
Até o momento os suspeitos não confessaram o estupro. A mãe da vítima comentou que cerca de um mês antes do desaparecimento da filha, um dos suspeitos teria invadido a casa onde elas moravam para tentar estupra-la. A menina teria sido "salva pela irmã", que teria impedido a violência.

O mangue é um lugar usado como rota de fuga do tráfico. Do outro lado do matagal existe outra comunidade, a Burra Nua. A comunidade Ponte Preta é considerada bastante perigosa pelos policiais que, não por acaso, estiveram fortemente armados durante toda operação. No início da manhã, ao tentar entrar na comunidade, os policiais enfrentaram resistência da comunidade. Eles atiraram para cima e ordenaram à população que voltassem para dentro das residências.



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