Rede virtual de acolhimento às mulheres busca voluntárias no Recife

Diminuir a distância entre mulheres vítimas de violência sexual e os atendimentos e serviços especializados (e de qualidade). É com essa intenção que surgiu o Mapa do Acolhimento, rede virtual de proteção que quer interligar mulheres e profissionais de várias cidades brasileiras. Recém-lançada, a iniciativa está na primeira fase e cadastra profissionais da área de saúde mental para agregar à teia solidária. 

Psicólogas, psiquiatras e terapeutas holísticas podem se voluntariar para acolher vítimas de violência sexual em suas cidades. As recifenses que quiserem integrar a rede podem se inscrever aqui e oferecer seus serviços. Até agora foram contabilizadas inscrições de 356 profissionais no país inteiro, sendo nove do Recife. Mulheres que não atuam profissionalmente na área da saúde mental também podem colaborar com a plataforma. Segundo a organização, 2114 mulheres voluntárias já foram cadastradas no Brasil. Destas, 68 são recifenses e elas ajudarão na realização da segunda etapa do projeto. 

“Essas outras mulheres que possam colaborar, mesmo sem ser profissionais, vão nos ajudar a mapear os serviços públicos e avaliá-los”, diz a representante da iniciativa no Recife, Isabel Albuquerque, explicando como o mapa será alimentado. “A ideia é fazer, juntas, um script para que essas voluntárias possam avaliar os serviços e indicar os lugares mais acolhedores para as vítimas”, completa. 

Com os serviços identificados e avaliados e as profissionais voluntárias cadastradas começa a etapa de orientar, fazer com que as mulheres conheçam a rede. “Não dá para fazer isso só online, a grande maioria das mulheres que sofrem violência não vão procurar isso na internet. Vamos entrar em contato com grupos de apoio da Região Metropolitana do Recife que já atuam e divulgar uma cartilha com orientações”, explica Isabel Albuquerque. 

O Mapa do Acolhimento é uma iniciativa da Rede Nossas Cidades, rede de ativismo e mobilização nacional da qual o Recife faz parte ao lado de outras cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Ouro Preto. 

A divulgação do mapa conta com o apoio da Mete a Colher, plataforma pernambucana que funciona como aplicativo e oferece acolhimento afetivo às mulheres vítimas de violência.