Mudança
Agente penitenciário assume Secretaria Executiva de Ressocialização
Novo titular tem lista de problemas para enfrentar na função
Por: Wagner Oliveira - Diario de Pernambuco
Publicado em: 25/04/2016 07:35 Atualizado em:
Enquanto o novo titular da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), o agente penitenciário Cícero Márcio de Souza Rodrigues, estiver sendo empossado, moradores do entorno do Complexo Prisional do Curado estarão numa audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Os dois atos estão previstos para a manhã de hoje. O grupo de moradores vai pedir o apoio dos deputados para que o decreto do governo do estado, que pretende desapropriar mais de 300 casas nas proximidades da unidade prisional, não seja posto em prática. Esse é só um dos problemas que o novo gestor terá que enfrentar no comando do sistema prisional do estado. O agente penitenciário esteve à frente da Gerência de Inteligência e Segurança Orgânica da Seres desde de 2007. Ele assume o lugar deixado pelo coronel reformado da Polícia Militar Eden Vespaziano.
A posse de Cícero Rodrigues está prevista para acontecer às 11h, na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, e será comandada pelo secretário Pedro Eurico. Ele antecipou que devido à posse do titular da Seres não terá como participar da audiência pública, prevista para começar às 10h. Ainda na lista de desafios a resolver nas unidades prisionais pernambucanas estão a superlotação, fugas, rebeliões, mortes, entrada de armas, drogas e celulares nos presídios e penitenciárias e as longas filas para o acesso de familiares nos dias de visita. “Espero que com essa mudança as coisas melhorem. Minha mãe já é idosa e espera muito tempo para entrar e visitar meu irmão. Hoje não demorou muito, mas tem dias que ela volta para casa acabada”, disse uma manicure de 25 enquanto esperava a mãe na frente do Complexo Prisional do Curado na manhã de ontem. Às 10h40, dezenas de familiares ainda estavam na fila.
A pensionista Iraci Margarida de Souza, 57, mora ao lado do complexo há 37 anos com o filho José Edson Firmino e teme agora perder a casa. Assim como ela, centenas de moradores estão temerosos. “Cheguei aqui dois ou três meses antes desse presídio ser inaugurado. Minha casa tem três quartos, sala, cozinha, banheiro e garagem. Pelo que estão dizendo por aí, cada morador vai receber R$ 40 mil. Onde eu vou comprar uma casa com esse dinheiro. Aqui moramos eu e meu filho e a gente não tem outro lugar para onde ir”, desabafou Iraci. “As pessoas estão se mobilizando para que ninguém precise sair das suas casas”, completou José Edson. A porta dos fundos da casa deles fica na Rua Santana de Ipanema, inclusa na lista das que deverão ser desapropriadas. As outras são as Maria de Lourdes, São João da Lagoa, Orfeu do Carnaval, Santa Clara do Sul e Poço Fundo. Segundo Daniele Rodrigues, 24, após a audiência pública os moradores farão um protesto até o Palácio do Campo das Princesas.
O governo do estado alega que resolveu desapropriar as casas por motivos de segurança, devido aos constantes arremessos de objetos para o pátio da unidade e às inúmeras tentativas de fuga dos detentos, inclusive com explosões de muros. Após uma vistoria na unidade realizada pela comissão formada por técnicos da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, foram identificadas diversas fragilidades na estrutura do Complexo Prisional. “A solução não é tirar as casas daqui. Quem deve sair é o presídio. Moro nessa área já faz 52 anos e não concordo com essas desapropriações”, declarou um morador que preferiu não ter o nome publicado. No dia 23 de janeiro, cerca de 40 presos conseguiram escapar do Presídio Frei Damião de Bozzano, uma das três unidades do complexo, após a explosão de parte do muro.
A posse de Cícero Rodrigues está prevista para acontecer às 11h, na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, e será comandada pelo secretário Pedro Eurico. Ele antecipou que devido à posse do titular da Seres não terá como participar da audiência pública, prevista para começar às 10h. Ainda na lista de desafios a resolver nas unidades prisionais pernambucanas estão a superlotação, fugas, rebeliões, mortes, entrada de armas, drogas e celulares nos presídios e penitenciárias e as longas filas para o acesso de familiares nos dias de visita. “Espero que com essa mudança as coisas melhorem. Minha mãe já é idosa e espera muito tempo para entrar e visitar meu irmão. Hoje não demorou muito, mas tem dias que ela volta para casa acabada”, disse uma manicure de 25 enquanto esperava a mãe na frente do Complexo Prisional do Curado na manhã de ontem. Às 10h40, dezenas de familiares ainda estavam na fila.
A pensionista Iraci Margarida de Souza, 57, mora ao lado do complexo há 37 anos com o filho José Edson Firmino e teme agora perder a casa. Assim como ela, centenas de moradores estão temerosos. “Cheguei aqui dois ou três meses antes desse presídio ser inaugurado. Minha casa tem três quartos, sala, cozinha, banheiro e garagem. Pelo que estão dizendo por aí, cada morador vai receber R$ 40 mil. Onde eu vou comprar uma casa com esse dinheiro. Aqui moramos eu e meu filho e a gente não tem outro lugar para onde ir”, desabafou Iraci. “As pessoas estão se mobilizando para que ninguém precise sair das suas casas”, completou José Edson. A porta dos fundos da casa deles fica na Rua Santana de Ipanema, inclusa na lista das que deverão ser desapropriadas. As outras são as Maria de Lourdes, São João da Lagoa, Orfeu do Carnaval, Santa Clara do Sul e Poço Fundo. Segundo Daniele Rodrigues, 24, após a audiência pública os moradores farão um protesto até o Palácio do Campo das Princesas.
O governo do estado alega que resolveu desapropriar as casas por motivos de segurança, devido aos constantes arremessos de objetos para o pátio da unidade e às inúmeras tentativas de fuga dos detentos, inclusive com explosões de muros. Após uma vistoria na unidade realizada pela comissão formada por técnicos da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, foram identificadas diversas fragilidades na estrutura do Complexo Prisional. “A solução não é tirar as casas daqui. Quem deve sair é o presídio. Moro nessa área já faz 52 anos e não concordo com essas desapropriações”, declarou um morador que preferiu não ter o nome publicado. No dia 23 de janeiro, cerca de 40 presos conseguiram escapar do Presídio Frei Damião de Bozzano, uma das três unidades do complexo, após a explosão de parte do muro.
[ Problemas
Sistema Prisional
32 mil
é o número de detentos no estado
12 mil
é o total aproximado de vagas nas unidades
1,5 mil
é o número de agentes
penitenciários na ativa
4,7 mil
é o déficit de agentes
penitenciários no estado
21
unidades prisionais existem em Pernambuco
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL
MAIS LIDAS
ÚLTIMAS
