° / °

Vida Urbana
HR

Recifense de 24 anos morre de miosite após diagnóstico de arbovirose

Paciente com suspeita de chicungunya evoluiu para a síndrome neurológica caracterizada por inflamação nos músculos

Publicado: 18/03/2016 às 09:33

Uma recifense de 24 anos morreu no Hospital da Restauração (HR) depois de apresentar complicações após diagnóstico de arbovirose. A paciente com suspeita de chicungunya, evoluiu para um quadro de miosite (síndrome neurológica caracterizada por inflamação nos músculos que causa fraqueza muscular) possivelmente associado a um histórico prévio de infecção viral.

Com este, são dois os registros de pacientes com comprometimento muscular com enzimas muito elevadas e acometimento cardíaco. Também desta vez houve paralisia flácida. A primeira paciente tinha 17 anos, morava em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco e morreu em janeiro depois que uma infecção por chicungunha evoluiu para miosite.


O alerta foi feito pela chefe do Serviço de Neurologia do Hospital da Restauração, dra Lúcia Brito, durante evento realizado na Fiocruz Pernambuco. Preocupa à categoria médica o fato de que nas primeiras dez semanas epidemiológicas de 2016, ter sido registrado um aumento no número de mortes suspeitas por dengue, chicungunya e zika no estado.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) ainda não foi comunicada sobre o óbito. Até o momento, 96 óbitos suspeitos pelas arboviroses foram notificados e apenas um confirmado por chicungunha. No mesmo período do ano passado foram registradas 12 mortes suspeitas, sendo uma confirmada por dengue.

Primeira morte - A índia da tribo Xukuru, de Pesqueira, no Agreste, Danielle Marques de Santana, 17 anos, morreu em decorrência de um quadro neurológico identificado como miosite, que foi desenvolvido pela chikungunya. A afirmação foi da equipe de neurologia do Hospital da Restauração (HR), que ressaltou ainda se tratar da primeira morte provocada por agravamento da arbovirose chikungunya ocorrida em Pernambuco.

Danielle, que era natural de Pesqueira sofreu uma parada cardiorrespiratória após quase dois meses de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR. A parada cardíaca aconteceu às 10h20 do dia 6 de janeiro, seguida da paralisação do diafragma. Os médicos tentaram reanimá-la por 40 minutos, mas ela não resistiu.Segundo relatos de familiares, o sofrimento da adolescente durou três meses. “Ela deu entrada no Hospital Dr. Lídio Paraíba (HLP), em Pesqueira, com sintomas de chikungunya. Passou três dias na emergência, começou a piorar e os pais pediram transferência para outro hospital. Após oito dias no hospital em Pesqueira ela foi transferida para Caruaru”, relatou um parente de Danielle no dia da morte.

Ainda de acordo com o relato dos familiares, ao chegar em Caruaru, o médico que atendeu a adolescente de 17 anos disse que ela precisava de uma UTI imediatamente, quando foi transferida para o Hospital da Restauração no Recife. “Quando minha prima chegou ao HR, foi diagnosticada rapidamente que ela estava com a Síndrome de Guillain-Barré. Ainda disseram que o estado  dela era muito grave e que ela corria risco de morte”, contou o parente.


[SAIBAMAIS]

Mais de Vida Urbana