Sem receber salários, profissionais do Hospital Maria Lucinda fecham o trânsito
Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, reabriram as portas da unidade de saúde com a promessa de serem pagos hoje
Publicado: 03/02/2016 às 10:52

Profissionais de saúde que atuam no Hospital Maria Lucinda voltam a se mobilizar nesta quarta-feira. Foto: Divulgação/
Profissionais de saúde que atuam no Hospital Maria Lucinda, no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife, voltam a se mobilizar nesta quarta-feira. Com faixas e cartazes, funcionários e terceirizados fechararm a Avenida Parnamirim para manifestar sua insatisfação diante do atraso no pagamento de salários e férias. Ontem, os trabalhadores receberam a promessa da Secretaria de Saúde do Recife de que os repasses seriam realizados nesta quarta. O aceno aconteceu depois que uma paralisação de de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, fechou as portas da unidade de saúde.
"Hoje ligamos para o departamento financeiro e fomos informados que o pagamento seria feiro às 10h, mas até agora nada. O salário de novembro só recebemos em janeiro, em duas parcelas. E dezembro até agora não foi pago. Mas a demanda só aumenta, principalmente devido aos casos de microcefalia", queixou-se uma profissional que não quis se identificar.
Ontem, a gestão informou que a situação estaria sendo normalizada para que a verba fosse encaminhada ao hospital filantrópico. Em nota oficial, o secretário Executivo de Administração e Finanças, Felipe Bitencourt, informou que ajuste no sistema de pagamento dos convênios realizados no período de dezembro a janeiro gerou um atraso no repasse aos conveniados. Por conta da paralisação, aproximadamente 50 crianças devem ficar sem atendimento só nesta terça.
Um repasse de R$ 1,5 milhão prometido na última sexta-feira – que só daria para pagar parte das dívidas com os funcionários – não foi realizado e a interrupção do serviço foi o meio encontrado para protestar. Segundo a pediatra Lissandra Pinto de Moura, desde junho de 2015 começou a haver problemas no pagamento dos salários, que passaram a ser depositados em duas partes, uma no começo e uma no final do mês. A situação chegou ao colapso em novembro, quando ela só recebeu 50% do salário mensal, que até agora não foi regularizado.
“Quem não tem outros empregos, sobretudo o pessoal de serviços gerais, fica em uma situação ainda mais complicada. Precisam pagar aluguel, sustentar a casa, comer. Tem um casal que trabalha lá, são os dois salários que sustentam a casa, nenhum deles recebeu”, explica a pediatra, que não aceita a a crise econômica como justificativa. “Não adianta dizer que não tem dinheiro e fazer um carnaval como vai ser feito. Se estamos em crise, vamos dar prioridade ao que é prioridade”, critica. [SAIBAMAIS]

