Carnaval Sala da Justiça, Mucha Lucha e fantasias do Aedes movimentam Olinda As ladeiras da Cidade Alta ficaram lotadas neste domingo com foliões cheios de criatividade e disposição

Por: Alice de Souza - Diario de Pernambuco

Publicado em: 07/02/2016 16:18 Atualizado em: 07/02/2016 16:40

A descida do Homem-Aranha pela Caixa D'Água do Alto da Sé é sempre uma atração no bloco Sala da Justiça. Foto: Paulo Paiva/DP
A descida do Homem-Aranha pela Caixa D'Água do Alto da Sé é sempre uma atração no bloco Sala da Justiça. Foto: Paulo Paiva/DP

Diante da circulação dos vírus da dengue, zika e chikungunya, os foliões não perderam a oportunidade de brincar com a tríplice epidemia que assola Pernambuco. Nas ladeiras de Olinda neste domingo não faltaram alusões ao problema de saúde pública: tinha mosquito, mosquiteiro e até matadores de Aedes aegypti. Debaixo de muito sol, os turistas e pernambucanos lotaram as ladeiras da Cidade Alta.

Frequentador do bloco Sala da Justiça, o professor de física Cláudio Menezes, 46 anos, decidiu neste ano ir de mosquito. Segundo ele, para imunizar todos os foliões. “Tem que investir na criatividade. A picada desse mosquito é do bem, é como uma vacina, ele é da paz”, garantiu. Já o casal João Freese, 39, e Cibele Freese, 32, preferiu não se descuidar: eles prepararam um mosquiteiro para se defender das investidas do Aedes. “Dentro dele, estamos super protegidos contra tudo”, brincou Cibele.

Mesmo grávida de sete meses, a arquiteta Paula Dias, 38 anos, não se intimidou com a ameaça do vírus zika. Passou repelente no corpo inteiro e caiu na festa. “Teve gente dizendo para não vir, por conta da aglomeração. Fiquei com receio do vírus sim, mas fiz o que pude para me proteger e brincar”, explicou ela, que estava acompanhada do marido, o arquiteto Henrique Sposito, 45.

Há nove anos o bloco Mucha Lucha tira onda com ringue montado no Alto da Sé. Foto: Paulo Paiva/DP
Há nove anos o bloco Mucha Lucha tira onda com ringue montado no Alto da Sé. Foto: Paulo Paiva/DP

Briga de mentirinha no Alto da Sé
A folia começou cedo no Sítio Histórico. Por volta das 8h30, o ringue do Bloco Mucha Lucha já estava montado para receber a pancadaria do grupo de amigos que, há nove anos, reproduz as lutas livres mexicanas no carnaval. “Sempre gostei de luta e minha mãe me contou do bloco, então decidi participar. É muito divertido”, contou o estreante na brincadeira Lucas Thomas, de apenas 13 anos.

Por volta das 11h30, ocorreu a tão aguardada descida do Homem Aranha da Caixa D’água, no Alto da Sé. Neste ano, a oitava edição da descida, a novidade foi uma disputa com dois “bandidos” durante a apresentação. Para o delírio da multidão que acompanhava a cena, o personagem fez uma segunda descida, às 12h.

O casal de servidores públicos Suerda Moura, 31, e Felipe Moura, 41, estava acompanhado do filho, Maurício Moura, 8. Ele assistiu pela primeira vez a apresentação do Homem Aranha. “Estamos fantasiados de Minecraft, o jogo que ele é viciado. Ele nos pediu para vir assim”, contou Suerda. Também não faltaram referências à saga Star Wars. Um dos fantasiados com personagens da série foi Arthur Schmitz, 9, que estava de Obi-Wan Kenobi. “Star Wars é muito bom, é uma mistura de alegria e tristeza. Vou sair assim todo dia do carnaval”, contou ele, que herdou a fantasia do irmão mais velho.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL