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Cidadania Mutirão tira documentação de famílias atingidas por incêndio em Santa Luzia Não há previsão de concessão de auxílio-moradia ou construção de habitacional. Famílias foram encaminhadas para abrigo e receberam cestas básicas e colchões

Publicado em: 04/02/2016 07:11 Atualizado em: 04/02/2016 07:26

Cerca de 200 moradias foram destruídas pelo fogo deixando pelo menos 600 pessoas sem ter onde morar. Foto: Hesíodo Goes/ DP
Cerca de 200 moradias foram destruídas pelo fogo deixando pelo menos 600 pessoas sem ter onde morar. Foto: Hesíodo Goes/ DP
Um dia após o incêndio que destruiu a comunidade de Santa Luzia, no bairro da Torre, no Recife, um mutirão será realizado nesta quinta-feira para retirada da 2ª via de documentos como RG, certidão de nascimento e de casamento. Além das moradias, a maioria feita de madeira, as famílias perderam roupas, móveis e toda a documentação e partem do zero para reconstruir a vida com cidadania.

Ontem, a Prefeitura do Recife encaminhou ao local um total de 215 profissionais, entre assistentes sociais da Defesa Civil, agentes da Guarda Municipal e do Grupo Tático Operacional, para realizar cadastramento das vítimas do incêndio. O trabalho foi feito na Escola Estadual Creusa Barreto Dornelas Câmara, onde houve um princípio de tumulto no local e a polícia militar controlou a entrada dos assistidos.De acordo com o secretário executivo da Defesa Civil do Recife não há previsão de concessão de auxílio-moradia ou de habitacional.“O cadastro é receber doações”, disse o coronel Cássio Sinomar.

As famílias que não tinham local para ficar foram encaminhadas para um abrigo na Travessa do Gusmão, bairro de São José. Elas receberam material humanitário, como a doação de cesta básica, colchões e cobertores. Todas as famílias atingidas pelo incêndio irão receber cestas básicas como auxílio. No início da tarde de ontem, foram servidos mil lanches para os moradores da área atingida pelo fogo e à noite foi servido jantar. O prefeito Geraldo Julio foi ao local visitar as vítimas. “São pessoas que perderam tudo, mas continuam com muita fé de ter uma vida melhor e isso nos motiva a fazer o que estiver ao alcance da prefeitura.”


Ninguém sabe ao certo como o fogo começou. Uma das moradores chegou a dizer que uma vizinha teria deixado o fogão ligado e saiu de casa. Mas o Corpo de Bombeiros informou que o laudo pericial só deverá sair em 30 dias. O estrago provocado pelo fogo trouxe à tona dramas de quem perde o lar de uma hora para outra. Rosilene Carmem Almeida dos Santos, a irmã Rosa, como é conhecida, é cuidadora de idosos. Ela foi avisada do incêndio pela neta de sete anos, mas não teve tempo de salvar nada. Nem mesmo o salário de um mês de trabalho, guardado em uma fronha. No fogo, também se foram os documentos, roupas e fotos que guardavam as memórias de sua vida. “Só estou com a roupa do corpo. Não sei o que fazer e não tenho onde ficar”, disse. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, visitou ontem à noite a Travessa do Gusmão

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 9h30, mas não houve tempo de salvar as moradias, a maioria de madeira. Quatro viaturas foram enviadas para a ocorrência, considerada de média proporção. Moradores de comunidades próximas foram ajudar, mas também houve denúncia de saque de pertences de moradores pelos próprios vizinhos.
Em abril do ano passado, o fogo atingiu imóveis na Favela do Plástico, localizada na Rua Farias Neves, bairro do Campo Grande, Zona Norte do Recife. Móveis, eletrodomésticos, roupas e documentos se foram no incêndio que durou duas horas. A Secretária estadual de Habitação concede auxílio-moradia a 315 famílias que ocupava o terreno e há previsão de construção de um habitacional. O habitacional terá recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida.



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