Por: Jailson da Paz
Publicado em: 04/02/2016 07:30 Atualizado em:
Além das tragédias humanas, o incêndio da comunidade Santa Luzia, na Torre, reforça o que o Recife nem sempre olha de frente: a incapacidade de acabar com os barracos. Se a cidade é incapaz de tirá-los da paisagem da melhor maneira, através de uma política habitacional, a insegurança dita as regras. As comunidades de papelão, plástico e madeira são combustíveis à espera de centelhas partidas de curto-circuitos, brincadeiras com fósforos e velas deixadas aos pés de santos. Bastaram minutos para consumir cerca de duzentos casebres em Santa Luzia, rapidez semelhante à registrada em cinco incêndios do mesmo tipo no Recife nos últimos três anos. Dois incêndios ocorreram em 2013, nas comunidades Caranguejo Tabaiares, em Afogados, e do Campinho, nos Coelhos. Em 2014, famílias da favela Roque 3, nos Coelhos, tiveram os barracos queimados, enquanto no ano passado a história se repetiu nas comunidades do Plástico, em Campo Grande, e do Chiclete, bairro da Iputinga. Em cada um desses episódios, o fogo jogou por terra não somente os barracos, mas o que famílias pobres conseguiram construir em meses e anos. Muitas dessas ainda vivem, a exemplo de ex-moradores do Campinho, em imóveis alugados com auxílio-moradia, pago pelo município, e sonham em morar novamente em algo seu, de preferência de alvenaria e construído pelo poder público. Vivemos
em um tempo de longas esperas.
Sob risco
A velocidade das chamas sobre os barracos de Santa Luzia, na Torre, levou os moradores ao desespero e a gestos, em alguns momentos, impensados. Homens e mulheres se arriscaram sobre muros, telhados e corredores estreitos na tentativa de salvar móveis, roupas e eletrodomésticos.
Longe de mim
Depois do último fim de semana, moradores da Avenida Jequitinhonha, em Setúbal, querem distância do food truck. Proprietários desses veículos abusaram do som. As músicas eram colocadas em níveis tão altos que muita gente ficou em dúvida se havia concurso de comida ou de equipamentos eletrônicos.
Merecia tapume
O processo de montagem dos camarotes na Avenida Dantas Barreto, em Santo Antônio, deveria ocorrer com o espaço tapumado. Enquanto operários erguiam ontem as estruturas metálicas e de madeira, curiosos “passeavam” como se perigos de quedas de objetos inexistissem.
No calor
Idosos clientes das agências do Banco do Brasil da Avenida Dantas Barreto pediam a Deus, ontem, para não mais acontecer no Recife um fenômeno climático semelhante ao da última sexta-feira. As duas agências estão sem funcionar desde segunda-feira porque o ar condicionado central pifou.
Prazo vencido
Melhor seria atualizar a placa de reforma e ampliação do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, o Geraldão, na Imbiribeira. As obras, orçadas em R$ 45,4 milhões, tiveram início em julho de 2013. O término deveria ser, caso respeitada a placa, em dezembro do ano passado.
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