Pesqueira Família e amigos de adolescente morta divididos entre dor e indignação Para o pai da menina, José Maria Araújo de Santana, a demora na transferência de Danielle de um hospital municipal de Pesqueira para o Recife impossibilitou que a filha tivesse o tratamento adequado

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 08/01/2016 08:29 Atualizado em: 08/01/2016 12:28

Danielle foi sepultada ontem, às 12h, no cemitério da aldeia indígena Pão de Açúcar. Foto: Paulo Paiva/DP
Danielle foi sepultada ontem, às 12h, no cemitério da aldeia indígena Pão de Açúcar. Foto: Paulo Paiva/DP

A adolescente Danielle Marques de Santana, 17 anos, foi sepultada ontem às 12h no cemitério da aldeia indígena Pão de Açúcar, vizinha ao povoado onde ela morava. Familiares e amigos estão inconformados com a morte precoce da adolescente. Na casa da família, na comunidade da aldeia Pé de Serra de São Sebastião, o sentimento é de que houve demora no socorro.

Para o pai da menina, José Maria Araújo de Santana, a demora na transferência de Danielle de um hospital municipal de Pesqueira para o Recife impossibilitou que a filha tivesse o tratamento adequado que evitasse o óbito. “Demos entrada no Hospital Dr. Lídio Paraíba no dia 17 de dezembro. Minha filha apresentava muitas dores no corpo, na cabeça, febre, dor no abdômen e no peito. Antes, tinham aparecido manchas vermelhas pelo corpo e ela reclamava de coceira”, contou. Ainda, segundo ele, no dia 23 de dezembro, ela já estava com a memória ruim. “Ela não me reconhecia direito e o médico José Antônio disse que não tinha necessidade de transferir para o Hospital estadual Mestre Vitalino, em Caruaru, porque ela estava estável. Foi outro médico que solicitou a transferência”, contou José Maria.
 
Vinte e quatro horas após ser internada no Mestre Vitalino, Danielle foi encaminhada à Restauração, no Recife. A médica Lúcia Brito, do HR, explicou que Danielle chegou ao HR com infecção grave e o quadro não foi revertido. 

De acordo com o coordenador do Hospital Dr. Lídio Paraíba, o médico obstetra José Severiano Cavalcanti, no prontuário de Danielle “havia diagnóstico interrogado de dengue com quadro infecccioso”. “O hemograma realizado em Pesqueira acusou infecção bacteriana aguda. Ela estava com insuficiência respiratória”, informou.


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