Experiência Africanos desembarcam no Brasil para ajudar a combater zika

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 07/01/2016 09:09 Atualizado em: 08/01/2016 10:57

Quatro dos cinco pesquisadores do Senegal que participaram ativamente do combate à epidemia de ebola na África desembarcaram ontem em São Paulo para ajudar cientistas brasileiros a lidar com o zika vírus. O chefe da equipe, um renomado especialista em controle de epidemias, deve chegar nesta sexta. Eles vão se juntar à rede de pesquisadores paulistas que foi formada em caráter emergencial para responder ao surto e é coordenada pelo pesquisador Paolo Zanotto, da Universidade de São Paulo (USP). 

A previsão é de que a equipe do Senegal passe pelo menos uma semana no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), trocando informações e treinando pesquisadores brasileiros em técnicas de isolamento e cultivo do vírus. "Os dias em que o vírus zika era invisível estão contados", disse Zanotto ao jornal O Estado de S Paulo.

A grande dificuldade em responder à epidemia é que muito pouco se sabe sobre o zika, que praticamente não existia no país até o ano passado. Para montar uma estratégia eficiente de combate, os cientistas precisam entender melhor como ele funciona, seu ciclo na natureza, como interage com o mosquito Aedes aegypti e como ele se comporta dentro do organismo humano. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas e não se sabe ainda como o vírus interfere no desenvolvimento do sistema nervoso dos fetos, levando à microcefalia.

Precaução
Sem esse conhecimento básico, não há como planejar qualquer tipo de intervenção - além da precaução básica de se evitar contato com o mosquito. Uma das prioridades é acelerar o desenvolvimento de testes rápidos de diagnóstico, que permitam detectar e rastrear a disseminação do vírus.


Pernambuco é referência
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, afirmou que a pasta deverá analisar nos próximos dias os dados sobre zika coletados nos chamados laboratórios sentinela e, a partir daí, uma decisão será adotada sobre o formato de notificação da doença. “Considero promissora a ideia de adotarmos um modelo híbrido, que amplie o número de laboratórios que fazem as coletas, mas que não seja universal, como o que está sendo feito em Pernambuco e Bahia", afirmou.

Como não há um kit de diagnóstico que consiga identificar a presença de anticorpos de zika no sangue, o acompanhamento da infecção é feito por meio de centros avançados de pesquisa. Unidades de atendimento escolhidas pelo ministério ficam encarregadas de acompanhar o número de casos atendidos e fazer exames em parte dos pacientes para serem enviados para análise de especialistas. Os dados são analisados por amostras e depois projetados para toda a população. A ideia de Maierovitch é ampliar esse número de espaços de coleta, para que essa amostra seja ainda maior.




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