Fenômeno meteorológico A sexta-feira sem fim: 25 mil pessoas sem energia elétrica e protestos pelo retorno do fornecimento Celpe corre contra o tempo para normalizar serviço, enquanto protestos interrompem o trânsito para chamar a atenção

Publicado em: 31/01/2016 23:01 Atualizado em: 31/01/2016 23:51

Em Igarassu, pneus queimados impediram o fluxo de veículos por horas. Foto: PRF/Divulgação
Em Igarassu, pneus queimados impediram o fluxo de veículos por horas. Foto: PRF/Divulgação

Os efeitos do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (Vcan), fenômeno atmosférico responsável por inúmeros estragos no Recife e na Região Metropolitana, na sexta-feira passada, ainda são sentidos pela população. Cerca de 25 mil famílias de várias áreas continuam sem energia elétrica como consequência dos mais de 100 postes danificados pelos ventos, pela chuva e queda de árvores - o equivalente a 5% da área prejudicada desde a ocorrência da semana passada, de acordo com comunicado emitido ontem pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). A empresa escalou mais de 800 profissionais, com apoio de equipes enviadas pela companhia do Rio Grande do Norte (Cosern), também da Neoenergia, para cessar o problema.

A falta de água também atinge a população, embora a Companhia Pernambucana de Saneamento e Abastecimento (Compesa) tenha recuperado 22 sistemas de abastecimento dos 25 atrapalhados pelo fenômeno meteorológico. A Compesa acredita na possibilidade de recuperá-los logo após a Celpe restabelecer a energia completamente nas áreas afetadas – um milhão de pessoas chegaram a ficar sem água nas torneiras durante a interrupção forçada. O tempo de retomada do abastecimento também tem conexão com o período necessário para bombear e tratar a água.

Alto José do Pinho estava às escuras no fim da noite do domingo. Foto: Nando Chiapeta/DP/D.A. Press
Alto José do Pinho estava às escuras no fim da noite do domingo. Foto: Nando Chiapeta/DP/D.A. Press

Indignados com a demora na retomada do fornecimento de energia, moradores fizeram protesto em várias localidades. Na noite deste domingo, os dois sentidos da BR-232, em Bonança, foram fechados. Na Abdias de Carvalho, no acesso à BR-101, houve mobilização no mesmo horário. Em Igarassu, no Litoral Norte, a população bloqueou a BR-101, na altura do quilômetro 43, e queimou pneus durante o dia. Foram mais de cinco horas de trânsito interrompido, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal – e o fluxo só foi continuado por volta das 15h30.

No sábado, a 2ª Perimetral e a PE-15, ambas em Olinda, Avenida Norte, Avenida Caxangá, Beberibe, Rosarinho e Guabiraba, enfrentaram mobilizações de moradores. "Isso é um absurdo. Estamos sem energia e não temos qualquer previsão de quando isso será normalizado", disse um morador da Zona Norte.

Em nota, a Celpe informou que os profissionais permanecem nas ruas atuando na recomposição da rede elétrica e na substituição dos postes danificados por quedas de árvores. Uma força-tarefa foi montada desde a sexta-feira e recebeu reforço de 30 turmas especializadas em serviços de alta complexidade da Cosern. Cinco lojas (Cordeiro, Olinda, Shopping Guararapes, Boa Viagem, Madalena, Centro) estão abertas em horário expandido para receber atendimento presencial.

A Prefeitura do Recife informou que 22 equipes estão atuando em toda a cidade, incluindo o reforço de quatro equipes do Exército. Na última sexta-feira, o prefeito Geraldo Julio montou o escritório de gerenciamento de crise. O trabalho das equipes viabilizou ainda a regularização do fluxo de veículos na cidade, especialmente nos grandes corredores de circulação de transporte coletivo.

Foram desobstruídas 53 vias principais em toda a cidade, desde a última sexta-feira. São vias como as avenidas Recife, Rosa e Silva, Caxangá, José dos Anjos, Conselheiro Aguiar, Dois Rios e Sul. As equipes solucionaram 130 das 174 ocorrências de queda de árvores registradas pela Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).

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