Polícia PF desarticula quadrilha especializada em tráfico de pedras preciosas e minério No Recife, uma corretora foi abordada por membro suspeito de tráfico de seres humanos para exploração sexual

Publicado em: 26/11/2015 19:38 Atualizado em:

Uma operação deflagrada pela Polícia Federal para desarticular uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal e exportação massiva de minérios e pedras preciosas teve ramificações no estado. De acordo com a PF, a movimentação do grupo, ao longo da investigação, foi estimada em R$ 500 milhões. Para coibir a quadrilha, cerca de 200 policiais federais de várias estados deram cumprimento simultâneo a 58 medidas judiciais, sendo 10 mandados de prisão temporária, 19 de busca e apreensão e 29 conduções coercitivas nos estados de Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Pará, Tocantins e Pernambuco.

Batizada de Operação Soldner - referência a mercenários -, a investigação desvendou a forma de atuação da quadrilha, que era segmentada. Uma parcela atuava na comercialização ilegal de pedras preciosas, composta em sua maioria por empresários do ramo e pequenos comerciantes de joias. Outro subgrupo, composto por autônomos e pequenos empresários, comercializava, mediante fraude, títulos da dívida pública e moeda estrangeira em transações financeiras envolvendo bancos venezuelanos.

A Polícia Federal suspeitou que a movimentação com moedas e títulos estaria vinculada aos processos de lavagem de dinheiro do grupo criminoso e identificou que o minério e as pedras preciosas seguiam uma rota que passava por Portugal, Bélgica e Israel, tendo como destino final Dubai.

Todos os investigados responderão por crimes que vão desde a usurpação de matéria-prima da União até crime de formação de organização criminosa e correlatos.  

Ramificação no Recife

Na capital, foi cumprido apenas um mandado de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a comparecer para prestar esclarecimentos, com uma corretora de seguros, de 21 anos, moradora do Paulista.

Segundo a PF, ela seria uma das possíveis vítimas de um dos integrantes da quadrilha envolvido também com tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e não tem qualquer tipo de envolvimento ou participação com o esquema criminoso. Durante o depoimento, ela informou que conheceu o criminoso através de uma ida para a igreja. Ele teria se apresentado como missionário de ala pelo período de um mês, onde ele oferecia serviços de transporte dos membros da igreja e também almoço.

Na ouvida, a corretora disse ainda que numa dessas conversas que teve com o suspeito, ele teria mostrado uma caixa de madeira com várias pedras preciosas, inclusive esmeraldas, e que possuía um garimpo em Goiânia. Por fim, informou que ele havia oferecido uma viagem para conhecer uma igreja em Goiânia, mas ela recusou porque a mãe não permitiu. A PF acredita que tal suspeito estaria começando a lhe mostrar sua condição financeira como forma de poder e sedução para depois, convencê-la a ir para Dubai afim de que fosse explorada sexualmente.


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