Cidade A voz da comunidade do Passarinho Audiência pública discutiu, na Câmara de Vereadores do Recife, os principais problemas do bairro a partir da Carta de Passarinho

Por: Afonso Bezerra - Lugar Certo

Publicado em: 24/11/2015 10:53 Atualizado em:

Márcia reside na comunidade de Passarinho e sofre com falta de serviços. Foto: Hesíodo Goes/DP D.A Press
Márcia reside na comunidade de Passarinho e sofre com falta de serviços. Foto: Hesíodo Goes/DP D.A Press

Márcia Nunes mora há dez anos na comunidade do Passarinho, situada no limite entre o Recife e Olinda. Ela e parte dos 20 mil residentes da localidade são afetados diariamente com dificuldades de mobilidade, acesso à educação, serviços insuficientes na unidade de saúde e falta de segurança. Uma realidade que atinge a agente comunitária de Saúde Kirley França. Para ela, o bairro padece  de invisibilidade diante do poder público. “Não temos diálogo e os serviços essenciais para nossa cidadania não são atendidos”.

As demandas das duas moradoras e do restante da comunidade foram colocadas em discussão na manhã de ontem, na Câmara de Vereadores do Recife, em uma reunião pública com três representantes da prefeitura. No encontro, foram apresentados os tópicos da Carta Política da Comunidade de Passarinho, documento elaborado em outubro durante o Ocupe Passarinho. O ato foi conduzido por diversos movimentos sociais e Organizações Não-Governamentais. “A nossa pauta é muito ampla e mostra a dificuldade que sofremos diariamente. O que queremos com essa mobilização é ocupar nosso bairro no sentido de fazer parte dele e lutar pelas melhorias”, explicou Edcléa Santos, líder comunitária.

Além de defender melhorias nos serviços básicos, o movimento também quer moradia para as cinco mil famílias da Vila Esperança, comunidade inserida no bairro do Passarinho. Em novembro, eles receberam uma ação de despejo e conseguiram, em primeira instância, uma decisão para suspender a reintegração de posse, mas ainda temem serem obrigados a deixar o local. 

“Nós temos famílias residindo há mais de 20 anos na área. A nossa pauta também envolve a regulamentação da moradia dessas famílias”, pontuou Jéssica Barbosa, do grupo Actionaid.

Participaram três representantes da Prefeitura do Recife, enviados pelas secretarias de Educação, Saúde e Meio Ambiente. Eles prometeram na reunião atualizar as ações do bairro e estudar a possibilidade de executar as novas demandas solicitadas pelos moradores. “O Passarinho já estava no nosso radar e vamos consolidar ainda mais as nossas ações na área para aumentar o número de agentes de saúde”, afirmou Ana Sofia da Costa Carrarine, gerente do Distrito Sanitário 7.

O representante da Secretaria de Educação do Recife, Paulo Roberto, defendeu a criação de uma comissão para tratar dos problemas da comunidade.


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