Diario Urbano Poder público sem preparo para coibir maus-tratos a animais

Por: Jailson da Paz

Publicado em: 29/10/2015 07:28 Atualizado em: 29/10/2015 09:05

Foto: Reprodução/ Facebook
Foto: Reprodução/ Facebook
Dois anos atrás, a sanção da Lei Municipal 17.918/2013 gerou a expectativa pelo fim dos maus-tratos de animais nas ruas do Recife. O flagrante envolvendo a égua ontem, no bairro da Boa Vista, quebra essa esperança. Em pleno meio-dia, o bicho despencou de cansaço e fome no asfalto, sendo açoitado para levantar. O socorro, que deveria ser rápido, veio lento, conforme a velha cartilha do despreparo do setor público para enfrentar o problema. Era a comprovação de que a lei, sancionada para proibir a circulação de veículos de tração animal, a condução de cargas por animais e o trânsito montado, é por enquanto letra morta. Ao deixar a lei adormecida, o município contribui para os autores de maus-tratos acreditarem estar corretos em açoitar e sobrecarregar os bichos e contraria campanhas dos protetores de animais, que se desdobraram para ver a proposta de lei ser aprovada pelos vereadores e sancionada pelo Executivo. Acrescento: ter uma lei em vigor sem executá-la é levar a população a ter certeza de que o poder público é incapaz de solucionar problemas que lhes são inerentes. Mesmo peça decorativa, melhor que a 17.918/2013 exista, pois aponta para os que não zelam pelo seu cumprimento.

Meia dúzia

O socorro à égua, na Boa Vista, teve apoio do Movimento de Defesa Animal (MDA), que ajudou a resgatar seis cavalos e éguas das ruas da cidade desde setembro. Os maus-tratos foram registrados em todos esses casos, tendo dois animais morrido por estarem com mormo, uma doença infecto-contagiosa.

Haja tempo
Se demora para manutenção fosse motivo para prêmio, o bueiro da esquina da Rua Bruno Veloso com a Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem, colecionaria troféus, placas e diplomas de reconhecimento. A estimativa dos moradores é que o bueiro está sem tampa há cerca de dois anos.

À espera…

Lideranças dos 12 povos indígenas pernambucanos estranham o fato de o governador Paulo Câmara ou representante não tenha aparecido na etapa regional da Conferência Nacional de Política Indigenista. O encontro, iniciado na última terça-feira, termina hoje no Hotel Dorisol de Piedade.

…Do debate

Pernambuco possui a terceira maior população indígena do país e um dos movimentos mais organizados desses povos. E a presença do governador, segundo o cacique Neguinho Truká, seria uma janela para se debater saídas para questões de saúde e educação enfrentadas pelos índios.

Deram um nó…

O Refúgio de Vida Silvestre Tatu-Bola, no Sertão, virou um nó. Criado para ser referência entre as unidades de conservação estadual, o projeto, de 110 mil hectares, passou a ser questionado por lideranças rurais e pelas prefeituras de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista.

…Ao Consema

Tais grupos vão pedir hoje, na reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente, a revogação do decreto de criação do refúgio. Alegam não terem sido ouvidos, mas devem lembrar: O projeto não foi tirado de uma cartola. Ele resultou do debate com pesquisadores de renome da caatinga.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL