Por: Rosália Vasconcelos - Diario de Pernambuco
Publicado em: 08/10/2015 07:30 Atualizado em: 08/10/2015 09:00
 | |
| Abrigos em péssimas condições e sem identificação das linhas que circulam são as maiores queixas dos usuários. Foto: Branda Alcântara/DP/D.A.Press |
Pegar ônibus no Recife e Região Metropolitana pode ser um desafio para quem não é usuário diário do sistema de transporte coletivo ou está em rota diferente da que é acostumado. O problema é simples, mas gigante: não há informações nas paradas de ônibus sobre quais linhas e suas respectivas numerações param naquele ponto e nem o percurso que fazem. Até quem tem condições de usar aplicativos de celular que informam sobre as linhas que circulam em cada via sente dificuldades porque as paradas de ônibus, além de sucateadas, têm suas numerações mal localizadas. Para a população, o descaso com os pontos é mais um dos muitos desestímulos ao uso do transporte coletivo.
O problema não é novo, tanto que existe um projeto do governo do estado para sinalização e manutenção dos abrigos do Sistema de Transporte Público de Pernambuco (STPP). Ele deveria ter sido realizado para a Copa do Mundo mas, como outros, não saiu do papel. Segundo o Grande Recife Consórcio de Transportes, a licitação para a contratação da empresa que fará a manutenção de todas as 5.851 paradas está na fase de ajustes de edital.
“Após a conclusão, será enviada à Secretaria de Administração para análise e publicação do edital”, diz a empresa. O Grande Recife Consórcio não soube estabelecer um prazo para o lançamento da licitação.
O Grande Recife afirmou, contudo, que já vem realizando a implantação da relação das linhas nas paradas do sistema e já foram sinalizados 361 abrigos. “A programação para implantação do indicativo das linhas que atendem às paradas continua com as demais vias do Centro Expandido do Recife. Na sequência serão contemplados os corredores de transporte e, por fim, todas as demais paradas do STPP. Contudo, o Consórcio informa que algumas paradas já sofreram atos de vandalismo e solicita que a população denuncie qualquer ação contra o patrimônio público”, informou o Consórcio.
“As paradas que existem hoje até são numeradas, na maioria das vezes em sua lateral. Mas o número não é bem localizado e o sistema não alimenta a cultura de publicizá-lo. Ou seja, as pessoas não sabem sequer que cada parada tem um número, que devia estar melhor localizado, grande, visível”, opina o engenheiro e coordenador regional da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), César Cavalcanti. Entre as informações que ele também julga necessárias para os abrigos, inclui as regiões a que cada linha serve, a frequência do serviço e previsão dos horários, incluindo do primeiro e do último ônibus, semelhante ao que há hoje no metrô.
