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Sistema não consegue conter armas em presídios pernambucanos

Publicado: 05/09/2015 às 16:02

A cada revista nos presídios pernambucanos, os resultados recordam a lenda da Hidra de Lerna. Apreende-se uma arma e outra ou duas surgem. Os agentes penitenciários e os integrantes do Grupo de Operações de Segurança veem se multiplicar peças artesanais e industriais em suas investidas. Na lenda, a Hidra era um animal de corpo de dragão e diversas cabeças de serpente. Cortava-se uma cabeça e duas apareciam. Para vencê-la, Hércules, ao notar o insucesso de apenas arrancar as cabeças, pediu a um sobrinho, Jolau, para queimar o lugar dos cortes.

As cabeças deixaram de se regenerar. Trazendo para a atualidade, nesta semana, a Secretaria Executiva de Ressocialização apreendeu quase cem armas e mais de quatrocentos litros de cachaça artesanal nos presídios Frei Damião de Bozzano, Juiz Antônio Luiz Lins de Barros e Agente de Segurança Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo. Então, quais seriam as medidas para se impedir que cheguem aos detentos? Já se reforçou o sistema de proteção dos muros para impedir o lançamento de objetos para dentro de alguns presídios, o que, segundo apontam as apreensões, não resolveu a questão. Pelo jeito, o estado adota a primeira estratégia de Hércules: a de cortar a cabeça simplesmente. E a raiz do problema encontra terreno fértil para se reproduzir, como a superlotação e a fragilidade do esquema de segurança das unidades prisionais. Na lenda, o herói, com o auxílio do sobrinho, venceu. Em nosso mundo, o estado sabe do poder de regeneração do crime nos presídios, mas, por motivos políticos, econômicos e sociais, não incorporou o papel de Jolau que lhe é devido.
 
No meio da rotina

Obras públicas costumam fazer com que os moradores acreditem estar em cidades em desenvolvimento. Nem sempre. Principalmente quando demoram, dificultam o tráfego e mudam a rotina dos pedestres. Mesmo que ao final sejam positivas para a população. É o caso da Rua Floriano Peixoto, em São José.

Vandalismo duplo

Em menos de uma semana, os vândalos deixaram duas marcas na orla de Boa Viagem. Levaram uma das alças laterais de um aparelho de ginástica do calçadão. O equipamento integra o projeto de requalificação da praia e está a cerca de 50 metros de uma câmara de segurança. Eles também quebraram seis coqueiros.

Uma nova semana

O calendário oficial do estado não para de crescer. Vota-se e aprova-se a cada ano sempre um novo evento. Às vezes, eles se limitam aos anais do Legislativo. Espero que seja diferente com a Semana de Conscientização sobre Doenças Raras, cuja lei foi publicada no Diário Oficial e prevista para os meses de fevereiro.

Cobra impostos...

A cobrança possui mão dupla. Em Jaboatão dos Guararapes, a prefeitura que cobrava a quitação de tributos até o fim de agosto, sob o risco dos devedores terem os nomes negativos nos órgãos de proteção ao crédito, está também sendo cobrada. A Justiça ordenou ao município pagar auxílio-moradia para 63 famílias.

...Vítimas das cheias

O auxílio-moradia será para pessoas atingidas pelas enchentes de 2010. Até 2013, o benefício era custeado pelos cofres estaduais e a partir daí, quando a prefeitura deveria assumir, alegou-se falta de recursos
municipais. Para Justiça, uma lei municipal obrigando pagamento do auxílio. E isso deve ser respeitado.
 
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