Intervenção Rio Ipojuca, terceiro mais poluído do Brasil, terá parques lineares Intervenção faz parte do projeto Janelas para o Rio, que inclui São Caetano, Caruaru e Bezerros. Conclusão está prevista para 2016

Por: Rosália Vasconcelos - Diario de Pernambuco

Publicado em: 18/09/2015 07:25 Atualizado em: 18/09/2015 09:28

Em alguns trechos do rio serão recuperados até 30 metros de margens. Foto: Bruna Oliveira/ Divulgação
Em alguns trechos do rio serão recuperados até 30 metros de margens. Foto: Bruna Oliveira/ Divulgação
O Rio Ipojuca, com 320 km de extensão, é considerado o terceiro mais poluído do Brasil, segundo último levantamento do IBGE. Ele ganhará três parques lineares nas áreas ribeirinhas dos municípios de Caruaru, Bezerros e São Caetano, no Agreste pernambucano. A intervenção faz parte do projeto Janelas para o Rio, incluído no Programa de Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca (PSA Ipojuca), e prevê a recuperação da mata ciliar degradada da calha desse curso d’água e a implantação do saneamento e de equipamentos de lazer. Os três parques ambientais devem começar a ser entregues em dezembro de 2016.

Desde a última quarta estão sendo realizadas escutas públicas e oficinas técnicas nas três cidades onde serão implantados os parques ambientais. A ideia é apresentar à população e às gestões municipais as ações e objetivos do projeto Janelas para o Rio e do programa de saneamento ambiental (PSA). As audiências, que acontecem até hoje, estão discutindo os benefícios dos equipamentos e ouvindo dos moradores sugestões e propostas. O Janelas para o Rio é um dos 106 projetos do programa de saneamento.

“Este projeto está muito mais voltado à vivência da população junto ao rio e à melhora na qualidade da água do Ipojuca. Em algumas áreas, por exemplo, serão recuperados cerca de 30 metros de largura da margem. À medida que o projeto for entregue à população, as pessoas perceberão como é bom cuidar do rio e os benefícios que isso traz. A ideia é incentivar o lazer e a educação ambiental, voltados sobretudo aos residentes próximos a essas áreas”, argumentou o coordenador do PSA do Rio Ipojuca, Sérgio Murilo Guimarães.

Segundo ele, após a conclusão das audiências, haverá a compilação das discussões e elaboração do projeto básico. No primeiro semestre de 2016, serão contratados os projetos arquitetônicos e paisagísticos para em seguida darem início às obras.

“As prefeituras dos três municípios ficarão com a cessão das áreas ribeirinhas e a manutenção dos parques, quando estiverem prontos”, afirma Guimarães. Os três parques receberão um investimento de R$ 6,6 milhões. Os recursos são do Governo do Estado e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As ações estão sendo executadas pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e pela Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC).

“O Rio Ipojuca está bastante sofrido. Ao longo dos anos, as pessoas foram ocupando desordenadamente as margens dos rios. E isso tem sido um fator preponderante para acelerar o processo de degradação das margens e da mata ciliar. Com essa degradação, as pessoas começam a dar às costas para o rio, piorando a situação”, diz Sérgio Murilo. Acrescido a isso, o estuário do Rio Ipojuca também foi bastante alterado, nos últimos 20 anos, em decorrência da instalação do Complexo Portuário de Suape.

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