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Vida Urbana
Quinze dias

Novos policiais iniciam estágio em centros comerciais e locais de alta incidência de crimes na RMR

Publicado: 01/09/2015 às 07:26

Os novos policiais iniciam hoje um estágio de 15 dias, reforçando a segurança em centros comerciais e locais de alta incidência de crimes na Região Metropolitana. O grupo é formado pela última turma de PMs aprovados no concurso de 2009. Segundo o governador Paulo Câmara, ainda neste ano os editais para novos concursos na PM e Civil serão lançados, mas não há data prevista para a publicação.
[SAIBAMAIS]
“As contratações serão feitas em 2016. A violência é um problema nacional. Infelizmente, em 2015, não temos conseguido diminuir os índices de homicídios, mas temos que ter foco e trabalho. A vinda de mais policiais vai ajudar, mas temos muito o que fazer ainda.”

Segundo o comandante da PM, coronel Pereira Neto, “os policiais estão iniciando um estágio prático para que possam fechar o círculo de treinamento e sejam incorporados à tropa para prestar o serviço que a população deseja. Vão atuar a pé, em centros comerciais ou locais de valor operacional, para terem contato direto com as ocorrências”, ressaltou o oficial.

Após o estágio, será feita uma análise para saber em quais unidades vão trabalhar. Aos 32 anos, Ronan Rodrigues disse estar pronto para atuar na segurança do estado. “Espero atender aos anseios da sociedade. Passei no concurso de 2009 e agora vou realizar o meu sonho de ser policial militar”, declarou o soldado que vai fazer o estágio no 16º BPM.

Formatura em dia de luto

Um dia após a morte do cabo da PM Adriano Batista da Silva - baleado por um colega que já tinha sofrido afastamento por alcoolismo e dificuldades de relacionamento - o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, afirmou que esses problemas envolvem um número “relevante” de policiais no estado. Carvalho prestou a declaração durante a formatura de 1.117 novos soldados, ontem, no Derby.

Na manhã de domingo, o soldado Flávio Oliveira da Silva, 32, matou o cabo de 42 anos com um tiro na cabeça, depois de uma discussão sobre cotas raciais. O crime ocorreu dentro de uma viatura do 11º Batalhão em Apipucos. “Temos um número relevante de policiais afastados das suas funções, seja por problemas psicológicos, seja por abuso de algum tipo de droga, como álcool”, disse Carvalho. “Além do registro de abuso de álcool por parte do soldado (Flávio), temos relatos de desentendimento com colegas, mas ele passou por uma equipe de profissionais que entenderam que ele tinha condições de permanecer nas ruas”, acrescentou.

O governador Paulo Câmara, que também participou da solenidade, disse que é necessário “avaliar se protocolos precisam ser revistos”, referindo-se às avaliações psíquicas, mas afirmou que “se o departamento médico autorizou o soldado a trabalhar, é porque ele estava apto a voltar às ruas. Esse foi o entendimento dos profissionais e nós confiamos neles. Foi um fato isolado que não vai acontecer mais.”
A atitude do soldado, que está na PM há seis anos, levantou uma discussão sobre a formação dos novos militares e o acompanhamento deles. Em março, o Diario publicou matéria mostrando que a PM havia alterado a grade de disciplinas do Curso de Formação de Soldados para que os militares chegassem às ruas mais qualificados. A turma que se formou ontem passou oito meses no Curso de Formação de Soldados, no Curado.

Para o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Alberisson Carlos, o tempo de formação deveria ser maior. “Em outros estados, os policiais passam mais tempo. Acho que esse período deveria ser de no mínino um ano, além disso, o tempo de aula de tiros para os militares é muito pequeno”, apontou Alberisson.
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