Mobilidade Julgamento do efeito suspensivo de reajuste dos rodoviários já tem data marcada pelo TST Ainda assim, categoria ameaça parar nesta quinta

Por: Adaíra Sene

Publicado em: 30/09/2015 17:42 Atualizado em: 30/09/2015 20:47

Foto: Rodrigo Silva/Esp.DP/D.A Press
Foto: Rodrigo Silva/Esp.DP/D.A Press


O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Antonio José de Barros Levenhagen, definiu a data do julgamento do agravo a respeito da suspensão do reajuste dos motoristas, cobradores e fiscais de ônibus do estado na tarde desta quarta-feira. Em reunião com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Pernambuco, Benilson Custódio, a audiência foi marcada para o próximo dia 19, em Brasília. Apesar da negociação, ainda há ameaça de paralisação da categoria nesta quinta-feira.

Panfleto divulgado a respeito da paralisação. Foto: Magno Rodrigues/Facebook/Reprodução
Panfleto divulgado a respeito da paralisação. Foto: Magno Rodrigues/Facebook/Reprodução
O movimento paredista agendado para esta quinta foi articulado pela Associação dos Amigos Rodoviários. Uma carta aberta foi divulgada explicando os motivos do ato de protesto e convocando a categoria a participar. Dentre as causas apontadas, além da demora no julgamento do dissídio, a associação denuncia demissões em massa e acúmulo de função por parte dos trabalhadores. O documento é assinado por Magno Rodrigues, que garante que a paralisação está mantida mesmo com a data definida.

De Brasília, o presidente do Sindicato dos Rodoviários alertou os riscos de uma manifestação agora. "Qualquer movimento só vai prejudicar o trabalho que estamos fazendo. Já marcamos a data do julgamento. Se houver algum ato de protesto nesta quinta, ele pode colocar em risco os próprios companheiros", disparou Benilson Custódio.

A Oposição dos Rodoviários de Verdade, outro grupo de representantes não oficiais dos trabalhadores, informou que também não articulou nenhum movimento paredista, mas disse apoiar a manifestação. "Se houver, onde houver, estaremos dando total suporte. Pelo segundo ano consecutivo, o ministro tirou a decisão do Tribunal Regional do Trabalho sobre o aumento e o julgamento do dissídio fica nessa morosidade", denunciou Aldo Lima, presidente da Oposição.

A manifestação desta quinta-feira estaria diretamente relacionada a demissão de funcionários da empresa Caxangá.


Entenda o caso
Em julgamento do dissídio coletivo dos motoristas, cobradores e fiscais de ônibus no Tribunal Regional do Trabalho, no Recife, no dia 15 de julho, foi concedido aumento de 12% nos salários e de 59,57% no tíquete de alimentação. Com a decisão, os trabalhadores que recebem R$ 188 no tíquete passariam a ganhar R$ 300. Os motoristas de ônibus teriam o salário aumentado de R$ 1.765 para R$ 1.976,80; os cobradores, de R$ 812 para R$ 909,44; e os fiscais, que recebem atualmente R$ 1.141, passariam a ganhar R$ 1,277,92.

No entanto, no dia 30 de julho, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) expediu decisão reduzindo os reajustes. O aumento salarial encolheu de 12% para 9% e o tíquete caiu de 59,57% para 9%. A decisão acatou pedido da Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE). O sindicato da categoria recorreu.




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