Segurança CBTU pede para que polícia atue diariamente nas estações do metrô

Por: Larissa Rodrigues - Diario de Pernambuco

Publicado em: 02/09/2015 07:14 Atualizado em:

Um dia após dois suspeitos de assalto serem mortos por um policial dentro de um vagão do metrô do Recife, passageiros tentaram retomar a rotina em meio à sensação de medo. Para melhorar a segurança no sistema, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) está negociando com o governo federal o aporte de recursos com o objetivo de viabilizar a contratação de novos seguranças patrimoniais.
Segundo a CBTU, também está em estudo a realização de um convênio com o governo do estado, com o apoio do Ministério das Cidades e da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, que deve viabilizar a atuação da Polícia Militar nas estações.
Atualmente, a PM só atua em grandes eventos e a CBTU dispõe de 400 seguranças para 28 estações e 380 mil passageiros diários.
Ontem, passageiros demonstraram temor de novos episódios de violência e relembraram momentos de terror da segunda-feira. O ajudante de mecânico Raul Vinícius Dantas, 19, estava no trem onde aconteceram as duas mortes. “Pego o metrô às 6h30 para vir ao trabalho e, na segunda-feira, tinha ido resolver um problema no banco na hora do almoço. Quando o metrô parou na Estação Largo da Paz, após os tiros, todo mundo saiu correndo. Hoje estou aqui de novo indo ao banco, mas estou com medo”, declarou Raul.
A laboratorista Juliana Mesquita, 33, evita usar o celular nas estações e enquanto viaja nos vagões. “Também não fico em lugares isolados e sempre estou de olho no movimento, porque tenho muito medo”, afirmou. Já o torneiro mecânico Manoel Luiz de Andrade Júnior, 51 anos, diz que não tem medo de andar no metrô. “A violência do Recife está em todo lugar, nos ônibus, no metrô e a pé”, argumenta.
Os recursos do Metrorec poderiam ser maiores. Segundo a companhia, o Grande Recife Consórcio de Transportes não repassa valores referentes às integrações desde 2012. A dívida seria de R$ 32 milhões.
O Grande Recife disse que reconhece parte da dívida referente ao transporte do Sistema Estrutural Integrado (SEI). Segundo o órgão, existe uma ação judicial que contesta os valores repassados ao Consórcio pela Urbana-PE, que representa as empresas de ônibus. “Quando esse repasse é feito, o Consórcio retém os valores de causas trabalhistas da CBTU demandadas pelo Poder Judiciário, repassando para a companhia apenas o restante, conforme acordo celebrado com aquela empresa estatal”. Já a Urbana-PE informou que não tem nenhuma dívida com o Consórcio.
Audiência
O Sindicato dos Metroviários participou, ontem, de uma audiência em Brasília para pedir solução para os problemas de segurança do Metrorec. De acordo com o diretor de Comunicação da instituição, Levi Arruda, a formação de frentes parlamentares na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados está sendo costurada. “A ideia é aprofundar as discussões e mobilizar os legislativos para melhorar o sistema”, comentou.

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