O batuque que nasce do silêncio
Com alfaias, os músicos surdos tocam ritmos tradicionais como o maracatu guiados por luzes e vibrações. A banda Batuqueiros do Silêncio é uma das atividades da Associação dos Surdos de PE
Por: Thais Arruda - Diario de Pernambuco
Publicado em: 01/08/2015 18:12 Atualizado em:
Para tocar na banda os surdos são guiados por luzes e vibrações. Fotos: Brenda Alcântara/Esp DP/D.A.Press |
O grupo musical trouxe uma nova maneira de mobilizar a comunidade surda. A iniciativa de trazer a música para surdos partiu de Irton Silva, 42 anos, mais conhecido como Batman. “O resto é silêncio”, curta metragem brasileiro que inspirou a criação de projetos de música para surdos recifenses, também foi essencial para a base do grupo de batuqueiros.
“Em abril de 2009, eu não sabia nada de libras, mas aceitei o desafio. Quando cheguei com a proposta de levar música para surdos, percebi uma reação negativa das pessoas e uma superproteção com quem é surdo. Após aulas de teoria musical fiz o teste com o metrônomo visual”, relatou Irton Silva.
O metrônomo visual é um aparelho de madeira semelhante a uma extensão elétrica que funciona com diversas lâmpadas. Cada lâmpada tem uma cor ou intensidade diferente, o que determina a intensidade da nota musical.
Hoje, cerca de 1,5 mil surdos usam o espaço para ajudar a superar as adversidades do dia a dia. “Convivendo com ouvintes eu só me comunicava através da leitura labial. Após passar um tempo na Alemanha um amigo me falou sobre a ASSPE e eu decidi conhecê-la. Ao voltar para Pernambuco fui apresentado a uma linguagem própria e a um amplo convívio social”, contou René Ribeiro, 38 anos, presidente da associação.
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