Sobreaviso Motoristas e cobradores de ônibus podem voltar a realizar paralisações

Publicado em: 03/08/2015 13:05 Atualizado em: 03/08/2015 16:00

Na Estação Central do Metrô, superlotação e transtornos. Foto: Reprodução/ WhatsApp
Na Estação Central do Metrô, superlotação e transtornos. Foto: Reprodução/ WhatsApp
Motoristas e cobradores de ônibus podem voltar a realizar paralisações como como a iniciada na manhã desta segunda-feira, deixando  dois milhões de pessoas sem transporte. De acordo com Aldo Lima, um dos líderes do movimento, os atos podem acontecer durante toda a semana. Na tarde de hoje, dissidentes do sindicato da categoria, formada por cerca de 18 mil trabalhadores, reúne-se na sede do Simpere, na Avenida Visconde de Suassuna, em Santo Amaro. Ao final do encontro, uma entrevista coletiva deve ser concedida sobre os rumos da mobilização.

Oficialmente, o Sindicato Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e Regiões Metropolitanas da Mata Sul e Norte (STTREPE) alega que não serão realizados novos protestos esta tarde, mas marcou para às 14h desta terça-feira uma passeata da Praça Oswaldo Cruz ao Palácio do Governo e de lá, até o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na Avenida Cais do Apolo.

Hoje, a categoria se mobilizou ainda na madrugada, nas garagens das empresas e praticamente nenhum ônibus circulou no Grande Recife até as 10h. Na garagem da Pedrosa, em Nova Descoberta, zona norte do Recife, houve tumulto pela manhã e um motorista foi atingido por spray de pimenta. O homem, de 63 anos, foi socorrido. De todas as 13 empresas que atuam no sistema, apenas uma não voltou a circular no final da manhã. Os ônibus da Metropolitana continuam na garagem deixando passageiros esperando por horas nas paradas. Usuários, de uma maneira geral, continuam se queixando de falta de ônibus nas ruas.

A paralisação pegou de surpresa os usuários e ajudou a travar o tráfego, complicado também pela volta às aulas na rede privada de ensino e aumento de carros nas vias. Como alternativa, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) decidiu aumentar o número de trens do Metrô do Recife e reduzir os intervalos entre as viagens até as 9h30. O horário de pico, que geralmente começa às 6h e vai até as 8h30, foi estendido em uma hora pela manhã. O mesmo deve acontecer à noite, quando haverá mais trens à disposição dos passageiros das 17h às 21h, uma hora a mais que o normal. Muitas kombis de lotação e mototáxis circulam pelas cidades do Grande Recife. Quem resolveu gastar mais e pegar um táxi, também enfrentou dificuldades em encontrar um veículo disponível diante de tanta procura.

A greve é um protesto contra a decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que reduziu o aumento 12% para 9%. O tíquete alimentação também foi reduzido: caiu de 59,57% para 9%. A greve teve adesão praticamente total da categoria. Em julho passado, os rodoviários ficaram em greve por quase três dias e a greve só terminou quando o Tribunal Regional do Trabalho julgou o dissídio e concedeu reajuste de 12% nos salários e de 59,57% no tíquete de alimentação. Satisfeitos, os rodoviários encerraram a greve. Decisão agora revertida pelo TST, pelo menos provisoriamente. Atualmente, os trabalhadores recebem R$ 188 no tíquete de alimentação. Com o aumento aprovado pelo TRT de 59,57%, o benefício chegaria a R$ 300. Os motoristas de ônibus ganham R$ 1.765 e passariam a receber R$ 1.976,80. Os cobradores, que ganham R$ 812, receberiam R$ 909,44. E os fiscais, que recebem R$ 1.141, ganhariam R$ 1.277,92.

O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) divulgou uma nota oficial sobre a paralisação. Confira o documento na íntegra:

A Urbana-PE lamenta que a população e a economia local sejam novamente penalizadas por uma paralisação promovida pelos rodoviários e repudia o movimento, realizado sem nenhum fundamento legal e sem qualquer comunicação prévia às empresas e à sociedade. A decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) se deu dentro das regras legais e do uso democrático do processo, tendo respondido à solicitação, legal e legítima, de revisão dos percentuais de aumento concedidos este ano pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-6) por ocasião do julgamento do dissídio, face à total incapacidade do setor econômico de cumprir o que foi determinado.

 



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