Polícia Agentes penitenciários adiantam que vão entrar com processo contra trans por agressão em presídio

Publicado em: 20/08/2015 16:59 Atualizado em: 20/08/2015 17:46

Após a denúncia de transfobia durante uma vistoria no novo Presídio de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, o Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco informou que repudia a atitude de Maria Clara de Sena, do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura de Pernambuco (MEPC-PE). Através de nota oficial, a categoria informou que a mulher agrediu um funcionário com um tapa no rosto durante o exercício de sua função. Adiantou que vai ingressar com uma ação judicial criminal e cível contra ela e também encaminhará um expediente ao secretário de Justiça e Direitos Humanos e ao secretário Executivo de Ressocialização para impedir que ela continue a realizar vistorias em unidades prisionais.

Cópia do boletim de ocorrência registrado pelo Sindicato. Foto: Sindaspe/Divulgação
Cópia do boletim de ocorrência registrado pelo Sindicato. Foto: Sindaspe/Divulgação


“Vou dar um tiro agora nesse veado preto”, foi com palavras como essas que Maria Clara de Sena afirma ter sido recepcionada numa vistoria do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura de Pernambuco (MEPC-PE), ao mais novo presídio de Pernambuco, inaugurado no começo de julho em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste. A recepção, digna de um filme de ação B, teria sido protagonizada por um agente penitenciário que recebeu o grupo ligado à vigilância dos direitos humanos no último dia 17. A arma era do estado, o espaço, público, e a vistoria era para avaliar as instalações da unidade prisional que será o novo modelo do gênero adotado pelo estado.

Vítima de transfobia, Maria Clara, que é transsexual, registrou uma queixa na manhã de hoje no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Zona Oeste do Recife. O grupo foi acompanhado pelo advogado e vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz (PCdoB), que defendeu a importância da abertura de um inquérito. “O que aconteceu lá foi uma tentativa de homicídio, homofobia e discriminação racial”. Além do caso de Maria Clara, que também foi tratada como José pelo agente, os quatro integrantes do Mecanismo sofreram ameaças de morte.

Confira a nota oficial do Sindaspe na íntegra

O Sindasp-PE (Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco) repudia a atitude do senhor José Roberval Francisco da Silva, conhecido por Maria Clara de Sena, que agrediu um Agente Penitenciário em exercício da função com palavras de baixo calão e, inclusive, agredindo o agente com um tapa no seu rosto. O Sindasp-PE ingressará com uma ação judicial criminal e cível. Além disso, também encaminhará um expediente ao Secretário de Justiça e Direitos Humanos e ao Secretário Executivo de Ressocialização, para abertura de processo de suspensão deste membro às visitas das unidades prisionais.



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