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Meio ambiente Peixe-boi escapa de ser abatido em Areias

Publicado em: 19/07/2015 23:54 Atualizado em:

Animal foi procurado ontem à noite. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Animal foi procurado ontem à noite. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Um exemplar de peixe-boi se tornou o assunto da tarde e noite nas imediações das Rua dos Prazeres e da Avenida Senador Tomaz Lobo, também conhecida como Avenida Beira-rio, em Areias, Região Sudoeste do Recife. Aproximadamente às 13 horas o mamífero foi avistado na margem do Rio Capibaribe, e, pela docilidade, corria risco de virar presa fácil. Pessoas não identificadas começaram a falar em abater o animal, o que é crime ambiental com pena de detenção por três anos, sem direito a fiança. Mas isso gerou um empenho ainda maior de quem queria ajudar o peixe-boi.

Ao menos até o final da noite de ontem, o esforço para protegê-lo se mostrou mais eficiente, mobilizando equipes da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma) e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA). Muitos conseguiram chegar perto e fizeram fotos e vídeos, como a estudante Vanessa da Silva Pereira, 19 anos. “Espero que consigam pegá-lo para evitar que gente maliciosa faça uma malvadeza”, dizia, após ceder o vídeo ao Diario de Pernambuco.

Nas vias movimentadas pelo aparecimento do mamífero os quintais das casas ficam na margem do Rio Capibaribe. Mais cedo o peixe-boi apareceu perto da residência de Danilo Marinho, que foi alertado de que tentavam alcançá-lo e falava-se em abatê-lo. De Gravatá, no Agreste, orientou que não fosse autorizado o acesso ao quintal. O último ponto no qual o mamífero foi avistado foi o quintal de Ronaldo Silva de Araújo, 43, no número 148 da Avenida Senador Tomaz Lobo, onde chegou a ser alimentado com banana e capim.

As equipes do Cipoma e do CMA não conseguiram alcançar o mamífero, que tinha um marcado e, segundo se comentava, tinha “Natália” como nome. O excesso de barulho não ajudou a tentativa de resgate. Para Vanessa Pereira, o peixe-boi parecia cansado. Outra preocupação dos que queriam preservar o mamífero era a de que o trecho do Rio Capibaribe é extremamente poluído, a ponto de não haver pesca, e, pior, quando a maré baixa a área vira um lamaçal. “Ele pode ficar preso e aparecer alguém para fazer maldade”, comentava.

As equipes do Cipoma e do CMA avisaram aos moradores que regressariam pela manhã para tentar localizar e resgatar o mamífero. Segundo informe da Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda), o peixe-boi marinho está ameaçado de extinção no Brasil, sendo o mamífero aquático mais vulnerável. A caça é proibida pela Lei da Fauan, 5.197 /67, e pela Lei dos Crimes Ambientais, 9.605/98.

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