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Iluminação

Alto da Sé, em Olinda, é movido a gambiarra

Principal ponto turístico da Cidade Alta, que abriga as tradicionais tapioqueiras, convive com energia elétrica clandestina

Publicado: 24/07/2015 às 07:25

O Alto da Sé, na Cidade Alta, um dos principais pontos turísticos de Olinda, não oferece, hoje, uma infraestrutura à altura da importância da cidade patrimônio cultural da humanidade. A começar pelas famosas barracas de tapioca e acarajé. Além de enferrujadas e sem padronização, se vestem de lonas sujas e rasgadas para receber os visitantes. Outro problema é a fiação elétrica que fornece energia para as barracas. Os próprios comerciantes revelam que as ligações são clandestinas. A Prefeitura de Olinda já foi notificada pela Celpe, que, por mais de uma vez, removeu as gambiarras, que voltaram a ser instaladas.

De acordo com a Celpe, a iluminação pública da área é de responsabilidade do município. Segundo o secretário de Patrimônio e Cultura de Olinda, Lucilo Varejão, o problema só será resolvido com o projeto das novas barracas, que terão fiação embutida. Até lá, o muninicípio alega que não tem o que fazer. “Quando os técnicos da Celpe dão as costas, eles voltam a instalar as gambiarras”, ressaltou.

As novas barracas não têm previsão para serem entregues porque, segundo a prefeitura, é preciso esperar o período de chuvas passar para fazer o serviço de engenharia elétrica. Quando o trabalho começar, as tapioqueiras serão relocadas para o terreno ao lado da Igreja da Sé, onde ficaram os artesãos enquanto seus equipamentos eram instalados. “Cada uma terá seu ponto de luz e arcará com o seu pagamento. Serão 40 barracas de tapioca. O restante sairá”, afirmou Varejão.

Somente as barracas de artesanato foram padronizadas e entregues com fiação embutida. Mas o formato dos equipamentos não agradou aos comerciantes, que consideram o tamanho insuficiente e reclamam da falta de espaço. Além disso, a cobertura não protege da chuva ou do sol. “É uma caixa pequena, colada uma na outra. Quando chove, molha tudo. Ninguém sabe de quem é o cliente”; reclamou a artesã Fátima Maria, 50 anos, que deu um nome fictício. A prefeitura informe que o formado foi acordado com eles.

As tapioqueiras, inclusive, temem receber o mesmo modelo. Severina Maria de Sousa, 55 anos, no Alto da Sé há mais de 30, reconhece que o local é turístico e deveria ter equipamentos mais bonitos e padronizados. “Mas a gente prefere ficar com essas que já temos para não precisar dividir espaço menor.” O secretário Lucilo Varejão, argumentou que os novos padrões para as tapioqueiras é de dois equipamentos conjugados, um de costas para a outro, como o dos artesãos. Segundo ele, inclusive existe documento assinado por elas de quando o projeto foi discutido e aprovado, há dois anos.
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