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Vida Urbana
Juri popular

Tenente que comandou a operação será julgado em separado

Advogados do réu renunciaram ao caso e o novo advogado alegou falta de condições de fazer a defesa por desconhecimento do processo

Publicado: 20/05/2015 às 10:09

Felix negou ter mandado espancar os adolescentes ou mandá-los entrar no rio. Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press./

Felix negou ter mandado espancar os adolescentes ou mandá-los entrar no rio. Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press./

Felix negou ter mandado espancar os adolescentes ou mandá-los entrar no rio. Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press.O tenente da Polícia Militar Sebastião Antônio Félix não será julgado nesta quarta-feira, junto aos outros quatro policiais militares acusados de obrigar um grupo de adolescentes a pular no rio, no carnaval de 2006, matando dois deles por afogamento. Os advogados do réu, Luis Carlos Alves da Silva e Fábio Almeida Vasconcelos, renunciaram ao caso e o novo advogado, constituído hoje, Émerson Leônidas, alegou falta de condições de fazer a defesa por desconhecimento do processo. Como o Ministério Púlico não se mostrou contrário, o julgamento dele foi remarcado para o dia 14 de julho.

O oficial, que não foi excluído da corporação e compareceu fardado ao Forum Rodolfo Aureliano, falou à imprensa. Segundo ele, os adolescentes estariam realizando arrastões e agredindo pessoas. O tenente acrescentou que os PMs tiraram os suspeitos do Recife Antigo, mas como não poderiam deixá-los em Afogados, que seria fora da jurisdicação do 16º Batalhão, os teriam deixado em Joana Bezerra. Felix negou ter mandado espancar os adolescentes ou mandá-los entrar no rio. "Estava comandando mais de cem policiais. Não posso me responsabilizar pelas atitudes de outras pessoas", disse, permanecendo no local para acompanhar o julgamento. No entanto, o promotor do caso, André Rabelo, afirmou que o tenente comandou operação até a Ponte Joaquim Cardoso, onde os adolescentes foram mortos e espancados.
Antes do início do julgamento, promotor André Rabelo, falou sobre o caso.Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press
O juri popular teve início às 10h, para julgar os réus Aldenes Carneiro da Silva (sargento), José Marcondi Evangelista (soldado), Ulisses Francisco da Silva (soldado) e Irandi Antônio da Silva (soldado). Os sete jurados já foram escolhidos: são duas mulheres e cinco homens.

[SAIBAMAIS]
Para o promotor André Rabelo, as provas são consistentes:"Os corpos dos dois que morreram, os corpos das vítimas sobreviventes provam as agressões, os depoimentos dos próprios acusados, quando uns atribuem os crimes aos outros, os depoimetos das próprias vitimas, tudo são provas conscientes. São os depoimentos de todas as testemunhas: de quem particippu, de quem foi vítima, de quem presenciou. Não há uma previsão legal, mas é claro que todos os cinco praticaram o mesmo ato, cada um teve uma atitude diferente e vão responder na medida da sua culpabilidade", explicou.
O pai de Nizeal, Israel Ferreira da Silva, sargento reformado da PM, também acompanha o julgamento.Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press
O pai de Nizeal, Israel Ferreira da Silva, sargento reformado da PM, também acompanha o julgamento. "Eles enquanto policiais não poderiam ter feito o que fizeram. Se os meninos estivessem fazendo algo errado, o certo seria levá-los para a delegacia", acrescentou. As mães de Zinael José Souza da Silva, 17, e Diogo Rosendo Ferreira, 15, chegaram ao fórum vestindo camisas com as fotos dos filhos.Temendo represálias, elas pedem para não terem os rostos fotografados. Os familiares estão confiantes na condenação.

As mães das vítimas chegaram ao fórum vestindo camisas com as fotos dos filhos.Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press 

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