Jiquiá Reintegração de posse termina em confronto, presos e feridos

Publicado em: 21/05/2015 23:10 Atualizado em: 21/05/2015 23:17

(Foto: TV Clube/Record/Reprodução)
(Foto: TV Clube/Record/Reprodução)
A ação de reintegração de posse da comunidade Olga Benário, instalada em um terreno nas proximidades do prédio da Justiça Federal, na Avenida Recife, bairro do Jiquiá, no Recife, realizada durante o dia de ontem, terminou em confronto e saldo de presos e feridos. De acordo com a Polícia Militar, pelo menos 10 pessoas foram detidas e encaminhadas à Central de Flagrantes por vandalismo, lesão corporal, ameaça e depredação ao patrimônio. Porém, todas foram liberadas no fim da tarde. Ainda segundo a PM, um manifestante foi encaminhado ao Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) por pilotar uma moto de cinquenta cilindradas roubada e estar de posse de uma faca peixeira. A PM alegou também que dois policiais ficaram levemente feridos por pedradas.

 Para garantir que a ação judicial fosse concretizada, um total de 800 policiais militares foram convocados. O conflito começou quando os PMs formaram uma barreira, impedindo que a população entrasse no terreno, inclusive para recuperar objetos que estivessem dentro dos 1.500 barracos montados. Os manifestantes lançaram pedras contra os oficiais e contra um motorista de um trator. Em resposta, os PMs dispararam de balas de borracha e bombas de gás.

(Foto: TV Clube/Record/Reprodução)
(Foto: TV Clube/Record/Reprodução)

A Avenida Recife foi interditada em dois momentos pela manhã, um deles utilizando a carcaça de um carro incendiado. Já durante a noite, cerca de 50 manifestantes tentaram interditar a via por três vezes. Perto das 17h40, duas carcaças de carros foram novamente incendiadas, uma na Avenida Recife e uma Rua Dr. Flávio Ferreira da Silva Marojo. Os policias retiraram o veículo da avenida, ainda em chamas, para evitar congestionamentos. O Corpo de Bombeiros foi acionado e apagou o fogo do segundo veículo.

O conflito se acirrou quando os oficiais receberam a informação de que alguns moradores da comunidade estavam aproveitando o bloqueamento das vias para saquear caminhões. Após a segunda interdição da noite, os PMs entraram na comunidade da Horta, no Bonji, a procura dos envolvidos. A população recebeu os militares com pedradas, e alguns oficiais atiraram para o alto, a fim de fazer com que os manifestantes recuassem.

Após os tumultos, parte da comunidade permaneceu no entorno do terreno desocupado alegando não ter para onde ir. A Prefeitura do Recife afirmou ter feito um cadastro das famílias para analisar a possibilidade de inclusão no sistema de habitação do município. Para evitar uma reocupação, parte do efetivo da PM continua de prontidão. Entretanto, os manifestantes afirmaram que continuaram na área e que voltaram a invadir assim que as polícias saírem do local.

A Polícia Militar divulgou uma nota oficial sobre a operação. A corporação informa que deu apoio à reintegração de posse do Loteamento Ecocity Jiquiá e que a medida visou garantir o cumprimento de ordem judicial. Confira o documento na íntegra: 

A Polícia Militar de Pernambuco foi requisitada, no início da manhã de hoje (21), a dar apoio ao cumprimento do Mandado de Reintegração de Posse, que foi expedido pelo juiz de direito Paulo Torres Pereira da Silva, da 21ª Vara Cível da Capital, em favor de Jiquiá Desenvolvimento Imobiliário SPE LTDA, do Loteamento Ecocity Jiquiá. A desocupação começou às 6h e assim que tomaram conhecimento, os ocupantes saíram de forma pacífica do local. Apenas cerca de 50 ocupantes estavam no loteamento no momento que o oficial de justiça leu o mandado determinando a saída deles. 

A PM empregou na operação o efetivo de 800 policiais militares, lotados nos batalhões de área e especializados da Região Metropolitana do Recife, sob o comando do 12º Batalhão, unidade responsável pelo emprego dos PMs. 

INTERDIÇÃO DE VIAS – Durante a operação de reintegração, alguns vândalos, que, em princípio, não tem relação com os acampados no loteamento Ecocity Jiquiá, fizeram a interdição de vias em, pelo menos, dois pontos do entorno do local, um que liga a BR 232 a BR 101, em frente ao Hospital da mulher e outro na avenida João Cabral de Melo Neto, em San Martin. Nas interdições eles queimaram pneus e incendiaram a carcaça de um veículo. Houve encaminhamento de, pelo menos, dez pessoas à Central de Flagrantes por terem cometido crimes de vandalismo, lesão corporal, ameaça e depredação ao patrimônio público e privado. Uma pessoa foi 
encaminha ao Depatri por pilotar uma moto de cinquenta cilindradas roubada e estar de posse de faca peixeira. A ação dos vândalos resultou também na agressão a pedradas contra dois policias militares que foram levemente feridos, além de terem depredado o vidro de um coletivo da empresa Metropolitana.



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