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Promotoria e defesa adiantam embate no julgamento dos PMs

Publicado: 21/05/2015 às 09:41

Ao chegar esta manhã, o promotor André Rabelo, disse que atribuir ao tenente Felix a prática de todos esses crimes é humanamente impossível. Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press/

Ao chegar esta manhã, o promotor André Rabelo, disse que atribuir ao tenente Felix a prática de todos esses crimes é humanamente impossível. Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press/

Acontece nesta quinta-feira o segundo dia do julgamento de quatro dos oitos policiais militares acusados de obrigar 17 adolescentes a pular no Rio Capibaribe, no carnaval de 2006, provocando a morte de dois por afogamento. O ponto alto do dia serão os debates entre defesa e acusação.

Os trabalhos tiveram inicio às 10h. O Ministério Público terá duas e meia para fazer a acusação. Em seguida, a defesa terá tempo igual para se pronunciar em favor dos réus. Se houver réplica e tréplica, cada parte terá mais duas horas para falar. Depois disso, os sete jurados vão responder às questões sobre as culpas de cada réu e decidir se eles são culpados ou inocentes.

Ao final, o juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti vai ler a sentença, o que deve acontecer entre o final da noite desta quinta-feira e madrugada de sexta. Hoje, as vítimas não compareceram ao  Forum Rodolfo Aureliano, na Joana Bezerra. O pai e a mãe de Zinael José Souza da Silva e a mãe de Diogo Rosendo Ferreira, que morreram após a ação policial, também acompanham o julgamento.

Ao chegar esta manhã, o promotor André Rabelo, disse que atribuir ao tenente Felix a prática de todos esses crimes é humanamente impossível. Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press

Ao chegar esta manhã, o promotor André Rabelo, falou sobre o caso. "Atribuir ao tenente Felix a prática de todos esses crimes, a uma só pessoa, é até humanamente impossivel. Eles (os réus PMs), num primeiro momento na justiça em 2006 disseram que não tinham tido participação nenhuma, que não viram nada, apenas deixaram os jovems e foram embora. E  ontem vieram com uma outra história. Na avaliacao do Ministério Público, quem vem mentir diante da justiça, só tem medo da verdade quando essa verdade prejudica  quem a abraça. Sem a participação deles, esses menores não teriam sido obrigados a entrar no rio, não teriam sido espancados. Quem espancou, deu  tapa na cara, chutou os órgãos genitais, foram essas pessoas. Querer jogar a responsabilidade para o tenente, primeiro é um ato de covardia, mas a promotoria vai mostrar a participação de cada um", adiantou.
O advogado de defesa dos réus, José Siqueira Filho, disse que os PMs receberam ordens. Foto: Wagner Oliveira/ DP/ DA Press
O advogado de defesa dos réus, José Siqueira Filho, também falou à imprensa. "Eles receberam uma ordem dos meios constituintes, das quatro praças, da guarnição, da rádio patrulha e a ordem do tenente não foi endereçada para que os militares da guarnição colocassem os menores na água, foi diretamente aos menores para que eles entrassem na água", defendeu.

Estão sendo julgados os réus Aldenes Carneiro da Silva (sargento), José Marcondi Evangelista (soldado), Ulisses Francisco da Silva (soldado) e Irandi Antônio da Silva (soldado). O tenente da Polícia Militar Sebastião Antônio Félix não está sendo julgado junto aos outros quatro policiais militares. Os advogados do réu, Luis Carlos Alves da Silva e Fábio Almeida Vasconcelos, renunciaram ao caso e o novo advogado, constituído hoje, Émerson Leônidas, alegou falta de condições de fazer a defesa por desconhecimento do processo. Como o Ministério Púlico não se mostrou contrário, o julgamento dele foi remarcado para o dia 14 de julho.

O oficial, que não foi excluído da corporação e compareceu fardado ao Forum Rodolfo Aureliano, falou à imprensa. Segundo ele, os adolescentes estariam realizando arrastões e agredindo pessoas. O tenente acrescentou que os PMs tiraram os suspeitos do Recife Antigo, mas como não poderiam deixá-los em Afogados, que seria fora da jurisdicação do 16º Batalhão, os teriam deixado em Joana Bezerra. Felix negou ter mandado espancar os adolescentes ou mandá-los entrar no rio. "Estava comandando mais de cem policiais. Não posso me responsabilizar pelas atitudes de outras pessoas", disse, permanecendo no local para acompanhar o julgamento. No entanto, o promotor do caso, André Rabelo, afirmou que o tenente comandou operação até a Ponte Joaquim Cardoso, onde os adolescentes foram mortos e espancados.

 

 

 

 

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