Educação
Professor da rede estadual estimula a produção de vídeos e cria festival
Sob a supervisão do mestre de história, alunos gravaram videoclipe com cenas de sua comunidade e agora preparam um festival de curtas
Por: Anamaria Nascimento
Publicado em: 11/05/2015 18:09 Atualizado em: 11/05/2015 19:03
Turmas foram às ruas da comunidade Babilônia, no Barro, para fazer o vídeo. Foto: Allan Torres/DP/D.A.Press |
A ideia era simples: visitar casas de moradores da Babilônia, nas proximidades da escola, no Barro, Zona Oeste do Recife, para gravar um videoclipe para ilustrar uma canção de um artista local. O resultado foi surpreendente: o clipe foi um sucesso no bairro e os estudantes, com idades entre 11 e 16 anos estão cada vez mais interessados pela produção de vídeos e orgulhosos do local onde moram.
Agora, cinco meses depois, os alunos terão a missão de produzir curtas-metragem para serem exibidos num festival de cinema da escola no fim do ano.
Tudo começou quando o professor teve a ideia de lembrar o Dia da Consciência Negra, em novembro do ano passado, debatendo a identidade local. O grupo iniciou o projeto conversando sobre a situação dos estudantes e do bairro.
A produção dos filmes para o festival começa em agosto, no início do segundo semestre do ano letivo, e os alunos terão três meses para fazer os vídeos, que deverão ter tema político ou social. A exibição deve acontecer em novembro.
Um bairro em cinco minutos
Em 5 minutos e 41 segundos, o clipe da canção No Morro mostra cenas do cotidiano dos moradores do Barro, Zona Oeste do Recife. Professor e estudantes aparecem nas imagens, caminhando pelas ruas do bairro, dançando e interagindo com as pessoas que vivem nos arredores da escola.
A produção foi um processo de pesquisa e autoconhecimento. “Debatemos a letra e entrevistamos os moradores. O objetivo foi fazer os alunos se reconhecerem”, ressalta o professor. O trabalho teve quase 500 visualizações no YouTube sem qualquer divulgação. “Isso me estimulou a ampliar o projeto e decidi envolver todos os estudantes do 6º ao 9º ano na produção dos pequenos filmes que exibiremos no festival do fim do ano.”
Os estudantes aprovaram as aulas diferenciadas de história. “Aprendi e, ao mesmo tempo, me diverti”, opina Misael Correia, 15, do 9º ano do ensino fundamental. “Ele tem um jeito especial de passar o conteúdo. Quando sei que a aula é do professor Cledson, sei que vou aprender”, completa Gabriela Silva, 14, também do 9º ano, antiga 8ª série.
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