Vida Urbana
Cerimônia
Oito casais participam do primeiro casamento coletivo de Pernambuco
Como parte das celebrações pelo Dia Internacional de Combate à Homofobia, o evento ocorreu na tarde deste sábado no Forte das Cinco Pontas
Publicado: 23/05/2015 às 19:30

Foto: Guilherme Verissimo/Esp DP/DA Press/Foto: Guilherme Verissimo/Esp DP/DA Press

No dia em que a Irlanda aprovou por referendo o casamento homossexual, oito casais do Recife realizaram o sonho de oficializarem a união em cerimônia conjunta. Um casamento coletivo LGBT, o primeiro do estado, foi realizado pela Prefeitura do Recife, na tarde deste sábado, no Forte das Cinco Pontas. O momento significou muito mais que sentimento e romantismo. Simbolizou uma conquista na luta pela igualdade de direitos. "O que trouxe as pessoas para este momento foi o sentimento de amor. O casamento pressupõe eterna querência. É uma obra permanente que exige zelo entre os casais. Nossa vida exige paz em nossa caminhada. A pior é a que se faz sozinho", disse o juiz de paz Paulo Romero.
[SAIBAMAIS] O Dia de Combate à Homofobia é celebrado no 17 de maio. Por isso, o mês de maio foi o escolhido. "Esse momento significa um avanço histórico para o direito brasileiro. As pessoas passam a ter reconhecimento civil e simbólico.", conta Wellington Pastor, da Gerência de Livre Orientação Sexual. A ação faz parte de um programa da prefeitura chamado Recife sem Preconceito e Discriminação, conduzido pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
Ao todo, 15 casais se inscreveram, mas só ficaram oito casais. A justificativa para a desistência era medo de retaliação e preconceito por causa da visibilidade que o evento iria proporcionar. O autônomo Jean da Silva, de 23 anos, e o cabeleireiro Paulo Tavares, de 35, formam um dos casais que trocaram as alianças. "Eu não ligo para o preconceito. O que importa é minha felicidade", disse Jean, que está há quase dois anos com Paulo.
Já a auxiliar de almoxarifado Sandra Suelly Ferreira Lima, de 46 anos, e a consultora de vendas Adrielly Lima, de 29, estão juntas há sete anos. As duas já tinham tentado com a Prefeitura do Recife, mas o pedido havia sido negado. A resposta foi que elas só poderiam fazer união estável. "Esse é um momento de conquista, realização e felicidade. É uma oportunidade para quebrar essa resistência", ressalta Sandra.
Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça do STF aprovou a resolução nº 175 de 14 de maio de 2013 que os cartórios fossem obrigados a realizar o casamento civil homoafetivo.
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