Vida Urbana
Petrolina
'Hino' gera polêmica em jogos da Univasf
Texto de forte conteúdo sexual foi distribuído e cantado por estudantes de medicina. Alunas se sentiram ofendidas e denunciaram
Publicado: 23/05/2015 às 09:30

Caso está sendo apurado pela instituição de ensino que fica em Petrolina. FOTO: Teresa Maia/DP/DA Press/

Hinos de torcida distribuídos por estudantes do curso de medicina da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, na abertura dos jogos universitários, viraram alvo de polêmica. Movimentos estudantis e sociais denunciaram os textos como machistas, desrespeitosos e agressivos com as mulheres. Na quinta-feira, alunos de medicina deliberaram por pedir desculpas pelo ocorrido e assumir o erro coletivamente.
Uma nota de repúdio foi publicada no página online da Marcha Mundial das Mulheres do Sertão contra a torcida Atlética Carranca, do curso de medicina, que teria distribuído as composições nas arquibancadas. Os hinos, no entanto, não estão assinados pela torcida.
“Devidamente vestidos com as cores da Atlética, distribuíram os hinos machistas e violentos e cantaram com o acompanhamento de um grupo de percussão. As letras falavam que as meninas do curso adversário eram fodidas pelos futuros médicos”, disse uma estudante do curso de psicologia, que pediu para não ser identificada.
Até agora, os responsáveis pela composição não foram identificados oficialmente. “Como mulher, me sinto humilhada, sobretudo pela falta de ação dos que poderiam identificar os culpados e garantir a não impunidade”, completou a estudante.
Segundo o coordenador do curso de medicina, Dilson Pereira, o colegiado de medicina vai deliberar sobre o caso. “Vamos analisar o que fazer em relação à responsabilização. Por enquanto, todos os alunos do curso assumiram a culpa.”
O coordenador disse que a comissão disciplinar acadêmica da Univasf irá chamar testemunhas e reunir documentos, além de ofertar o direito do contraditório. Somente depois o conselho universitário irá definir a conduta a ser tomada, como, por exemplo, a suspensão. “Não aceitaremos agressão a quem quer que seja, independentemente de gênero, raça ou religião. Vamos pensar em educar, não só na punição. Todos aprendemos com o fato”, destacou. Segundo ele, são 484 estudantes no curso, sendo 55% de mulheres.
A presidente do Diretório Acadêmico de medicina, Bruna Melo, disse que vai esperar o processo ser avaliado na universidade. “Fiquei assustada e indignada”, disse. O Ministério Público de Pernambuco foi procurado por estudantes da universidade. A assessoria de imprensa do órgão disse ao Diario que a promotoria irá se pronunciar na próxima semana.
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