Diario Urbano Crescimento traz negócios, empregos e violência para o Cabo de Santo Agostinho

Publicado em: 08/05/2015 07:20 Atualizado em:

O crescimento que trouxe negócios e empregos para o Cabo de Santo Agostinho também trouxe, ao menos conforme o retório Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014, mais violência. Em 2007, o município ocupava o oitavo lugar no ranking de vulnerabilidade, enquanto o novo documento o aponta no topo da lista das 288 cidades brasileiras de população acima de 100 mil habitantes. Isso confere ao Cabo a marca de “muita alta” vulnerabilidade, também atribuída à Vitória de Santo Antão. O carimbo a ambas veio em consequência de elementos bastante conhecidos e que o estado se mostrou incapaz de superá-los, a exemplo das taxas de homicídio, de pobreza, de mortalidade no trânsito e de frequência escolar. Vendo-se a estatística do boom econômico, pode-se vender um cenário social beirando a perfeição, o que no detalhe das ruas e das favelas se desmancha. Os empreendimentos vieram reforçando cofres públicos, mas atraíram, às centenas, pessoas sem qualificação profissional. A mistura, pinçando-se o cenário cabense, explodiu em ocupações irregulares de áreas urbanas, em consumo de drogas e na exploração sexual de adolescentes. O esforço para enfrentar o quadro exige ação conjunta da sociedade e do estado em todas as suas esferas. Do contrário, o lugar de ranking das cidades pernambucanas pode até mudar de um ano a outro, mas os jovens continuarão sendo dizimados.

No top 100

Pernambuco possui cinco entre os cem municípios brasileiros de maior vulnerabilidade juvenil à violência, segundo o relatório. A lista, além do Cabo e Vitória, inclui Olinda, Recife e São Lourenço da Mata, sendo os três considerados como lugares de “alta” vulnerabilidade. 

Ironia do tempo
Frase pichada na estação do BRT da Avenida Martins de Barros, no Centro do Recife, parece coisa de vidente. O anúncio de que o estado não renovará o contrato com o consórcio responsável pelas obras do Corredor Leste-Oeste reforçou a ironia do pichador. Atrasadas, as obras tendem a se arrastar ainda mais.

Denúncia oficiada

Após nota desta coluna, chegou à Justiça e ao Ministério Público a denúncia sobre o quadro de penúria da Casa da Madalena. Foi a Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) que oficiou a denúncia. Com o armário vazio, técnicos da casa compraram alimentos para crianças e adolescentes acolhidos.

Reparo no parque

A Emlurb iniciou a recuperação do gradil do Parque Treze de Maio, na Boa Vista. Nota e foto desta coluna, da última terça-feira, mostraram que um vergalhão, forçado por desconhecidos, foi transformado em espécie de lança. A “arma” oferecia risco de acidente. O reparo deve ser concluído hoje.

Caminho escuro

A iluminação precária em Passarinho, no Recife, levará cem mulheres a realizar hoje um lanternaço. Entre as principais vítimas de roubos e furtos, elas vão caminhar por trechos escuros que ligam a comunidade à BR-101. O protesto é parte da campanha Cidades Seguras para as Mulheres no Brasil. 



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