Paulista Circo dos Sete Anões passa alegria de geração em geração

Por: Marcionila Teixeira - Diário de Pernambuco

Publicado em: 18/05/2015 11:53 Atualizado em: 18/05/2015 22:25

Foto: Brenda Alcântara/Esp DP/D.A.Press
Foto: Brenda Alcântara/Esp DP/D.A.Press
Corre de boca em boca que no mundo não existe igual. Únicos, também seriam os menores. Diga-se em estatura. São gigantes em talento e superação. No Circo dos Sete Anões, liberdade é sinônimo de viagens pelo Brasil. Felicidade é ver as cadeiras lotadas de sorrisos. A terceira geração da família do Palhaço Pindoba, anão cearense de 65 cm de altura e dono da fama de menor palhaço do mundo, tem espalhado alegria na Região Metropolitana do Recife. “Não somos os maiores, mas somos diferentes”, diz uma frase na entrada do circo.



Os sete anões que dão nome ao circo são irmãos, sendo cinco homens e duas mulheres. Medem entre 50 cm e 1,2m. São frutos da relação de Pindoba, batizado Sebastião Benedito Gomes e morto em 1988, com uma sergipana de estatura dita normal, com quem teve 12 filhos. Todos casaram-se com pessoas mais altas.

Aos poucos os irmãos deixam seus postos na vida artística para os filhos, sejam eles de estatura baixa ou alta. Cleiton Oliveira, 15 anos, por exemplo, é filho de Gilberto Gomes de Oliveira, 50, um dos sete irmãos. Hoje ocupa o posto do avô Pindoba. Com 50 cm, é o menor da família e conhecido como Palhaço Tampinha. “Vejo meu mundo na minha altura. Gosto do jeito que sou”, conta Cleiton.
“Em cada cidade, os jovens são matriculados para não perderem o ano”, explica um dos tios de Cleiton, Rogério Gomes de Oliveira, 40, 1m de altura, conhecido como Palhaço Futriquinha.

O Diario acompanhou um espetáculo na quarta-feira, dia de promoção, quando três pessoas entram pagando um passaporte de R$ 15. A tenda, de 40mx30m, está montada no Janga, em Paulista. Quando os anões Wellington Gomes de Oliveira, 27, e Renata Souza de Oliveira, 21, apresentam-se dançando um funk proibidão, arrancam risos da plateia. O local tem capacidade para mil pessoas.
Com o passar dos minutos, o público percebe que o show vai muito além de rir de alguém nascido diferente. Circo é arte, resistência, nostalgia. No circo dos anões tem palhaço, globo da morte, pêndulo espacial, táxi maluco, trapezistas voadores, malabares, mágica. Quarenta pessoas trabalham no local. Doze delas são anões.

Na plateia, Conceição Gomes, 58, aplaude. Nunca tinha ido ao circo. Gil Soares, 56, levou os netos, de 10 e 12 anos, ao circo pela quinta vez. “São muito engraçados”.
O espetáculo segue em Paulista nas próximas duas semanas. Às quartas-feiras (19h, 20h30), quintas e sextas (20h30) e sábados e domingos (17h, 19h e 21h). De quinta a domingo, os ingressos custam R$ 10 individual.

TAGS: circo sete anoes
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