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Audiência na Justiça norte-americana pode decidir sobre guarda de menina entregue a pai acusado de pedofilia
TV Clube/Record está nos Estados Unidos para cobrir o julgamento
Publicado: 21/05/2015 às 08:28

Karla perdeu guarda da menina porque viajou da Flórida ao Texas sem autorização. Foto: Arquivo pessoal/

Karla Janine mora nos EUA desde 2005, época em que saiu do Brasil para ajudar uma irmã que acabara de ter um filho na Flórida. Aos 37 anos, conheceu o técnico de ar-condicionado Patrick Joseph Galvin, 47, homem descrito, até então, como solícito e gentil. O casal namorou por seis meses e decidiu se casar. Logo, Karla engravidou e a relação mudou. Galvin passou a ser agressivo e a agredir a mulher.
Ao denunciar o norte-americano, Karla descobriu que ele fazia parte do cadastro de pedófilos dos Estados Unidos, acusado de ter abusado sexualmente de uma filha de 15 anos e da enteada de 16, em 1995 e 1996. Crimes pelos quais nunca foi punido. Mesmo com a ficha, ganhou o direito de visitar a filha do casal sem supervisão e, em um desses encontros, teria abusado dela.
Esse crime foi relatado pelo Departamento de Proteção à Criança da Flórida (DCF) e motivou a fuga de Karla com a filha para o Texas. “Não poderia permitir que isso acontecesse novamente com a minha filhinha. Mesmo ela sendo cidadã americana, a Justiça daqui não teve interesse em protegê-la. Eu tinha que fazer algo”, desabafou a pernambucana, que viveu três anos com a filha no Texas.
Em janeiro de 2014, Karla foi encontrada por investigadores contratados pelo ex-marido e detida pela polícia. Ela passou quase um mês presa. A menina foi encaminhada a um abrigo e depois entregue ao pai. Karla não pode sair dos EUA até ser julgada por desobedecer a Justiça e, desde então, é obrigada a pagar pensão alimentícia ao ex-marido, de US$ 350 dólares.
A criança, segundo confissão do pai, é dopada frequentemente por alegação de hiperatividade. Ela já teria contado às autoridades detalhes do abuso sofrido. O caso está sendo acompanhado pelo advogado John Chalif. A audiência desta sexta-feira está marcada para as 9h, horário de Brasília. A expectativa da brasileira é de, pelo menos, retirar a guarda de Galvin e, depois, reaver a guarda da criança.
TV Clube / Record acompanha caso nos EUA
Karla Janine buscou apoio de autoridades brasileiras, mas não obteve retorno favorável no Consulado em Miami e no Itamaraty. O caso só chegou à Justiça norte-americana após a repercussão de matérias na mídia brasileira, sobretudo na TV Clube/Record, que está na cidade de Stuart, Flórida, para fazer uma cobertura integrada da audiência com o Diario e o DiariodePernambuco.com.br.
“Foi um trabalho de persistência. Passamos um mês negociando para conversar com Karla, que estava desacreditada pela publicação local dos fatos. Nossa cobertura especial irá acompanhar de perto toda a história”, afirmou a apresentadora e editora-chefe do PE no Ar, Isly Viana, que viajou ontem aos EUA.
Em janeiro, a TV Clube/Record mostrou o drama em rede nacional, no Cidade Alerta. Entre matérias nos EUA e repercussão com a família em Pernambuco, foram 63 minutos no ar. O Diario impresso trouxe 190 linhas em seis matérias, enquanto na internet o drama foi citado em oito reportagens.
A repercussão também fez com que o caso chegasse à Comissão Direitos Humanos do Congresso Nacional, por meio de um pedido de audiência pública do senador Humberto Costa (PT)
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