Cruzando o oceano Iraniano que enfrentou o Atlântico a bordo de um híbrido de barco e bicicleta faz palestra no Recife Esta manhã, ele fala na Escola Municipal Oswaldo Lima Filho, em Boa Viagem, sobre o projeto, a importância de estudar, ter foco e perseguir os sonhos

Publicado em: 07/04/2015 08:05 Atualizado em: 07/04/2015 08:31

Foi em um domingo que o engenheiro e biólogo iraniano Ebrahim Hemmatnia, 38 anos, decidiu iniciar uma mudança completa de vida. Depois de refletir um dia inteiro, ele decidiu vender todos os bens, incluindo uma casa e um carro, para construir um barco que também tem rodas e circula em terra com uso de pedais. A viagem, que começou em Dakar, Senegal, e ainda vai cruzar o Pacífico e o Índico, fez parada no Recife.

Um dos objetivos, diz Ebrahim, é incentivar as pessoas a seguirem os sonhos e promover a educação das crianças. Hoje, às 8h30, ele dará palestra na Escola Municipal Oswaldo Lima Filho, em Boa Viagem, organizada pelo Cult Hotel. “Vou falar do projeto e mostrar que é importante estudar, ter foco e perseguir os sonhos”, conta. Daqui, ele segue para Salvador. A viagem irá durar quatro anos, até terminar novamente na África.

Antes de construir sua embarcação, Ebrahim era acostumado a pedalar. Já havia se aventurado no Chile, Argentina e China. Ao mesmo tempo, tinha curiosidade de desbravar os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Nem os 10 anos de sólida carreira, com direito a mestrado, impediram o engenheiro de equacionar a paixão com o desafio. Foi então que, sentado no sofá de casa, ele decidiu jogar tudo para o alto.

Depois de lutar por apoio para bancar o que muitos chamaram de “loucura”, ele projetou o barco. A engenhoca demorou um ano para ser construída e passou mais um ano em teste, em lagos na Holanda e no Mar do Norte, e na costa da Inglaterra, antes de ganhar os oceanos. Até então, Ebrahim nunca tinha se aproximado do Atlântico.

Em 22 de novembro de 2014, ele saiu de Dakar, Senegal, para o Brasil. Na “mala”, pacotes de espaguete, roupas, um GPS, uma bússola, um iPhone e um “walkie-talkie”. Com a ajuda de duas placas de energia solar, ele conseguia carregar os equipamentos eletrônicos e esquentar água para fazer a comida. No barco bicicleta também foi instalado um sistema de transformação de água salgada em doce.

A 700 km de Fortaleza, ele passou o maior aperto da viagem. Tubarões bateram no barco e quebraram o leme. Com a ajuda da Marinha e de pescadores, chegou a Natal em 20 de fevereiro. Um mês depois, seguiu pedalando para João Pessoa e depois para o Recife. A meta é pedalar 10 horas por dia. “No oceano, passava o tempo conversando comigo, com os animais e até o próprio oceano”, disse.

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