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Ameaças via WhatsApp param escola na Zona Sul

Aulas foram suspensas depois que aluno enviou a colegas vídeos de terrorismo, mensagens suspeitas e uma carta do responsável pelo massacre de Realengo

Publicado: 30/04/2015 às 07:33


Estudantes do Colégio Elo, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, pediram ajuda à polícia para continuar frequentando as aulas. Depois de receberem ameaças de um colega de classe pelo WhatsApp, os adolescentes ficaram com medo de ir à escola, que fechou parcialmente na manhã de ontem.

Pelo aplicativo, um aluno de 17 anos, que havia pedido transferência da unidade no início da semana, enviou vídeos de teor terrorista e escreveu que haveria uma “surpresa que deixaria todos famosos”, além da frase “vamos ficar rindo que pode ser a última oportunidade”.

O ex-aluno estudava no Elo desde o início do ano. Ele só frequentou o colégio até essa segunda-feira, quando cancelou a matrícula. Além dos vídeos e das mensagens, o adolescente enviou, como imagem, a carta assinada por Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Rio de Janeiro, que matou 12 crianças da unidade e depois foi morto por um policial, em 7 de abril de 2011.

Ao enviar as imagens, o estudante pernambucano perguntou aos colegas no grupo de 15 membros intitulado “2º Ano” se eles não queriam ficar famosos. De acordo com a direção da escola, ele havia sido aprovado em um supletivo e, ontem, iria à unidade de ensino para pegar os documentos da transferência.

Colegas de classe que receberam as mensagens prestaram depoimento no Departamento de Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA) e afirmaram que o ex-aluno tinha comportamento agressivo em sala de aula. Ele também foi ouvido e liberado pela polícia. Viaturas fizeram a segurança da escola ontem. Com medo, muitos pais não deixaram os filhos irem à escola.

O advogado do Elo, Lucas Correia, informou que a escola está tomando as providências necessárias para assegurar a tranquilidade dos estudantes. “Continuaremos cumprindo a lei 14.617 (que proíbe a entrada e circulação de pessoas alheias ao âmbito escolar sem o acompanhamento de funcionário) e vamos garantir a segurança dos pais, alunos e professores”, afirmou.
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