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Justiça Terceira audiência sobre morte de empresária após cirurgia bariátrica será nesta sexta

Publicado em: 05/03/2015 17:35 Atualizado em: 05/03/2015 17:50

A terceira audiência de instrução e julgamento do médico Gustavo Menelau, que responde por homicídio culposo pela morte da empresária Fernanda Nóbrega, de 26 anos, após uma cirurgia bariátrica, está marcada para esta sexta-feira (6). A sessão acontecerá na 7ª Vara Criminal do Recife, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, às 14h.

Fernanda Nóbrega. Foto: Facebook/Reprodução
Fernanda Nóbrega. Foto: Facebook/Reprodução
Na audiência, o juiz Francisco Galindo ouvirá quatro testemunhas de defesa e também o médico Gustavo Menelau, acusado de negligência por não ter prestado o atendimento adequado e necessário à paciente quando ela voltou ao hospital com complicações decorrentes do procedimento de redução do estômago. A cirurgia foi realizada no dia 2 de novembro de 2013, no Hospital Unimed III, na região central do Recife.

Para a família, as 12 horas em que Fernanda passou até ser reoperada, sem a atenção e providências devidas aos sintomas apresentados, agravaram o quadro, que evoluiu para a tromboembolia apontada como causa da sua morte. "Como pode uma paciente gastroplastizada voltar ao hospital com complicações do procedimento originário e os sintomas apresentados pela cirurgiada serem completamente ignorados pelo cirurgião? Estamos convictos que a atuação do médico, contrária ao Código de Ética Médica, mergulhada, inclusive, nas raias profundas da negligência, culminou na morte de Fernanda Nóbrega, negando-lhe a chance de lutar pela vida", disse o advogado da família, Erik Gondim.

Ainda de acordo com o advogado, após a segunda cirurgia, para corrigir uma obstrução no intestino, os sintomas de Fernanda também teriam sido ignorados pelo médico que a operou e pelos que a atenderam no hospital. "Os sintomas apresentados claramente indicavam para a tromboembolia, mas trataram como se fosse um caso de ansiedade", complementou.

Julgamento

As investigações culminaram com o indiciamento do médico, e o Ministério Público ofereceu a denúncia à Justiça. Por sua vez, o Conselho Regional de Medicina também concluiu pela existência de indícios da prática de atos contrários ao Código de Ética Médica e instaurou um processo ético profissional.

O julgamento do médico Gustavo Menelau foi iniciado em 9 de janeiro deste ano. Ainda em janeiro foi realizada a segunda audiência. Encerrada a fase processual dos depoimentos, poderá ser produzida prova complementar e, na sequência, haverá a fase das alegações finais da acusação e da defesa.

A pena para o crime de homicídio culposo é de um a três anos de detenção, aumentada em 1/3 pela agravante da inobservância de regra técnica pelo acusado.

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