Empresário entrega granada de morteiro utilizada pelas Forças Armadas
Artefato foi recebido pela Polícia Federal dentro da Campanha do Desarmamento
Publicado: 17/03/2015 às 08:44

Granada foi encontrada enterrada no quintal de uma casa, na Imbiribeira. Foto: PF/ Divulgação()
Uma granada de morteiro utilizada pelas Forças Armadas foi entregue à Polícia Federal (PF) em Pernambuco, dentro da Campanha do Desarmamento. O artefato foi deixado nesta segunda-feira por um empresário de 28 anos, morador do bairro da Imbiribeira, zona sul do Recife, que preferiu não ser identificado nem dar detalhes sobre o caso. Ele informou apenas ter ficado surpreso ao encontrar o material quando cavava o terreno do quintal de sua casa.
Esta é a primeira granada entregue este ano dentro da campanha. No ano passado foram recebidas 10 granadas deste tipo. Entre os armamentos mais inusitados estão metralhadoras, fuzis antigos utilizados pelo exército brasileiro, armas de fabricação caseira (que não são indenizáveis) e armas de uso restrito das polícias e do exército de calibre proibido.
[SAIBAMAIS]
De acordo com a PF, os artefatos, mesmo antigos, podem conter em seu interior substância explosiva que, em contato com faísca de fogo, superaquecimento ou impacto por queda, podem provocar sua detonação. Todos os artefatos e ogivas são periciados por peritos criminais federais do esquadrão antibombas da PF para análise da letalidade. Em seguida, o material é enviado para o Exército, afim de que seja providenciada a destruição.
Até agora, todas as granadas entregues à Polícia Federal possuíam substância explosiva, o que poderia ter provocado uma explosão de grande proporção. A granada, por ser munição, não gera nenhum tipo de indenização. A pessoa tem direito a um comprovante de entrega.
O transporte, no entanto, é perigoso, e só deve ser feito pelo Exército Brasileiro - 7ª Região Militar, por homens do Setor de Fiscalização de Produtos Controlados ou da Companhia Independente de Operações Especiai da Polícia Militar (CIOE). Por isso é preciso ligar para o número 2129-6295 ou para o 190 e agendar uma visita dos militares até o local para retirada do objeto explosivo. As identidades são mantidas em sigilo, dentro da política estabelecida na campanha.
Para entregar uma arma, o interessado deve primeiro acessar o site www.entreguesuaarma.gov.br ou www.pf.gov.br e preencher uma guia de trânsito que tem validade de um dia e guardá-la de forma discreta e desmuniciada (sem munição) para não caracterizar o seu pronto uso. Caso, a pessoa seja parada por uma blitz policial, estará acobertada de qualquer apreensão ou prisão. Caso contrário, a guia de trânsito não terá valor nenhum, ficando o infrator sujeito às penas da lei.
Após a conclusão do procedimento de entrega, nos casos em que a arma seja indenizada, será solicitado ao responsável o cadastro de uma senha numérica de quatro dígitos, que será confeccionada apenas pelo próprio requerente sem a ajuda de terceiros.
Não existe a menor possibilidade de recuperação da senha ou cadastrar uma nova no caso de esquecimento, razão pela qual a senha deve ser de fácil memorização e anotada em local seguro. Após concluir o procedimento de entrega, e de posse do protocolo e da senha, o cidadão com 48horas, já poderá receber o valor da indenização em qualquer terminal eletrônico do Banco do Brasil. Além das armas de fogo também serão recebidas munições armas de brinquedo, simulacros, armas artesanais ou de fabricação caseira, porém sem o pagamento de indenização. As armas arrecadadas na campanha são enviadas para o exército afim de que seja procedida a sua consequente destruição.

