Saúde Câncer de colo do útero atinge 20 em cada 100 mil pernambucanas Doença é o terceiro tipo de câncer mais recorrente em mulheres no Brasil e mata 5 mil a cada ano. A prevenção é a melhor saída.

Publicado em: 06/03/2015 13:59 Atualizado em: 06/03/2015 18:42

Municípios estão com campanha aberta para vacinação de meninas de 9 a 11 anos contra o HPV. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press (Crédito: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press)
Municípios estão com campanha aberta para vacinação de meninas de 9 a 11 anos contra o HPV. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press
O câncer de colo do útero ainda é um dos principais vilões da saúde feminina. A mortalidade para essa doença no Brasil é quase duas vezes maior do que em países desenvolvidos. Para se ter uma ideia, por ano são 15 mil novos diagnósticos positivos e mais de cinco mil mortes, deixando-o em terceira colocação no desagradável ranking de tipos de câncer mais comuns em brasileiras.

Pernambuco tem a terceria maior taxa de incidência do Nordeste, com 20,47 casos para cada 100 mil mulheres. Apesar disso, ele é um dos mais fáceis de evitar, pois é o único tipo completamente preventivo. Basta prestar atenção e fazer os exames anualmente.

O principal agente do câncer cervical são as infecções persistentes pelo papilomavírus humano, o HPV, transmitido durante as relações sexuais. A maioria das mulheres irá ter contato com ele ao longo da vida, pois o vírus também pode infectar homens e tem alta taxa de transmissibilidade. Em caso de contaminação, o vírus pode persistir no organismo e gerar uma infecção. Em cinco ou dez anos, o tumor pode surgir.

“Como o vírus não apresenta sintomas, as pessoas vão passando sem saber. É a principal doença sexualmente transmissível do mundo. Muitas mulheres conseguem eliminá-lo sem tratamento, mas se ele permanecer no organismo pode acontecer a infecção e, ao longo dos anos, o câncer”, afirmou a presidente do Grupo Brasileiro de tumores ginecológicos (EVA) e oncologista da Coordenação de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional de Câncer (INCA), Angélica Nogueira.

Além dos cuidados nas relações sexuais, a mulher deve fazer o preventivo anualmente para identificar possíveis infecções relacionadas ao HPV. O método mais comum de análise do colo uterino é o exame do papanicolau, em que é coletada uma amostra das células epiteliais uterinas da mulher.

Há ainda no mercado o teste molecular de HPV, um mecanismo mais sensível e preciso que verifica, por meio da presença do próprio DNA da doença, se a pessoa está com os tipos de vírus do HPV causadores de cânceres.

Existe também a opção de vacinação, que toda mulher pode fazer no serviço privado. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) está em campanha junto às secretarias de saúde municipais para vacinação de meninas de 9 a 11 anos. No Recife, a campanha começou na última segunda-feira (2) e a meta é vacinar aproximadamente cerca de 30 mil adolescentes.

A ressalva dos especialistas é porque a vacina não cobre todos os tipos de vírus HPV, então é necessário permanecer fazendo o exame papanicolau. O preventivo deve começar aos 18 anos ou após a primeira relação sexual. “O preventivo identifica a lesão recente. Já a vacina, quanto mais cedo tomar, melhor. A mortalidade, apesar dos esforços, não está caindo. Então é nossa responsabilidade mudar essa história”, ressaltou a médica Angélica Nogueira.
Campanha de vacinação contra o vírus HPV começou na última segunda-feira (2). Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press (Credito: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press)
Campanha de vacinação contra o vírus HPV começou na última segunda-feira (2). Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

O Câncer

A idade média em que o câncer de colo de útero aparece em mulheres no Brasil é aos 47 anos. Os principais sintomas da doença são sangramento fora de período menstrual, corrimento, dor plévica, dor vaginal e dor durante as relações sexuais. As chances de cura dependem do estágio da doença.

O tratamento do câncer de colo de útero deve ser avaliado e orientado pelo médico especialista e o tipo de terapia depende também do estágio da doença, do tamanho do tumor e de outros fatores como a idade e o desejo de ter filhos.

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