Ordenamento Retirada de ambulantes no Centro continuará até depois do carnaval

Publicado em: 29/01/2015 20:33 Atualizado em: 30/01/2015 01:57

Ambulantes organizaram protesto, pela manhã, na Avenida Conde da Boa Vista. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press.
Ambulantes organizaram protesto, pela manhã, na Avenida Conde da Boa Vista. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press.


Fiscais da prefeitura do Recife, agentes da CTTU, da Guarda Municipal e 30 policiais militares do 16º Batalhão da PM realizaram, na manhã desta quinta-feira, ação conjunta para impedir que comerciantes informais ocupassem as calçadas da Avenida Conde da Boa Vista com barracas. O trecho da ação foi entre as Ruas José de Alencar e do Hospício. A ação fez parte do processo de reordenamento do Centro e deve continuar, em outras vias, até depois do carnaval.

Na Conde da Boa Vista, atuam cerca de 300 camelôs, sendo 141 cadastrados em 2013. Cinquenta foram cadastrados no primeiro trecho, num total de 180. Para os que têm permissão para vender na via, foram entregues crachás - que garantem a permanência apenas no espaço designado pela PCR. Somente eles poderão atuar a partir desta sexta-feira.

Eles farão parte do grupo de ambulantes realocados para os quatro terrenos adquiridos pela secretaria (três na Rua da Saudade e um na Rua 7 de Setembro). Os projetos de todos os espaços estão em elaboração e terão uma estrutura organizada para clientes e ambulantes.

Os ambulantes não cadastrados (uma média de 130) estavam orientados a deixar o espaço após o último dia 26. Os com permissão também terão que se adequar a regras como tamanho das barracas, uso de crachá permanentemente e proibição de venda de alimentos.

Antes do carnaval, segundo o secretário de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc), João Braga, o outro trecho da via será contemplado com a ação. Passada a festa de Momo, será a vez da Avenida Guararapes passar pelo processo de reordenamento.

De acordo com a Semoc, em todo o Recife 4,1 mil ambulantes foram registrados em 2013. Metade deles serão transferidos para os shoppings populares que estão sendo construídos nas ruas do Centro. A outra continuará atuando na rua, mas em locais que serão revitalizados e reordenados.

 

Ambulantes levaram colchões e água para a sede da Câmara dos Vereadores. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press.
Ambulantes levaram colchões e água para a sede da Câmara dos Vereadores. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press.


Protesto

Depois de serem impedidos de atuar na Boa Vista, os ambulantes seguiram para a sede da Câmara dos Vereadores, onde foram atendidos por uma comissão. No início da manhã, cerca de 130 comerciantes permaneciam em diálogo com uma comissão de cinco vereadores.

Um grupo de 60 decidiu permanecer dentro da Câmara durante toda a madrugada desta sexta-feira (30), depois de receberer retorno da reunião realizada à tarde, entre quatro vereadores, o secretário João Braga e o Secretário Executivo de Governo, Gabriel Leitão, na prefeitura do Recife.

A Semoc afirmou que só voltará a dialogar com os ambulantes em uma reunião, na próxima terça-feira, às 10h, na sede da Câmara. A medida, entretanto, foi criticada pelos comerciantes informais da Avenida Conde da Boa Vista, impedidos de instalar as barracas na manhã desta quinta-feira (29), durante operação conjunta da Semoc e da Polícia Militar de Pernambuco.

“Queremos diálogo e o tempo dado por eles de cinco dias é muito longo”, reclamou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife (Sintraci), Severino Alves. Os ambulantes levaram galões de água e colchões para passar a noite na Casa de José Mariano.

Para ordenar o ato, o presidente da Casa, Vicente André Gomes, informou que os manifestantes que estão do lado de fora não poderão entrar no prédio, mas quem quiser sair para comer ou tomar banho poderá deixar o nome na porta e retornar.



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL